O Rio Grande do Sul conseguiu bons resultados na safra 2020/21 de tabaco, de acordo com dados divulgados pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra). Teve ampliação de 16,5% na produção, contabilizando 283.479 toneladas. E as condições climáticas recentes têm dado boas perspectivas para a próxima colheita.
De acordo com o tesoureiro da Afubra, Marcilio Drescher, o clima tem sido favorável. “Esses dias quentes foram bons para o desenvolvimento do tabaco. Já a chuva da última semana também foi propícia para o plantio”, reforça. A queda de granizo chegou a representar perdas pontuais, porque foi concentrada, sem expressão no coletivo.
A fase do transplante das mudas começou, para alguns produtores, entre maio e junho. O período mais intenso, destaca Drescher, é entre julho e agosto, chegando a outubro na parte alta da região. Assim, estima que o Vale do Rio Pardo já tenha contabilizado 65% da plantação, e Santa Cruz do Sul, 80%.
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Já em Vera Cruz, os cerca de 34 hectares destinados à área cultivável da propriedade da família Gehrke, em Entre Rios, já estão plantados. Passaram, inclusive, pela primeira adubação, feita com material orgânico. Marcelo Alexandre Gehrke, o filho, destaca que a segunda etapa deve ser feita entre o 30º e o 35º dia pós-plantação. “Aguardamos um pouco, porque há a previsão de chuva. Então, haveria risco de perder parte do material”, conta Alberi, o pai.
Com acompanhamento técnico da Afubra, acreditam que, tendo como base as condições climáticas atuais, esse deve ser um bom ano. A sequência de períodos ruins, no entanto, os deixa receosos. Eles adiantam que se voltarem a ser praticados os valores de dois ou três anos, acabarão por reduzir a área de tabaco. Atualmente, eles dividem o mesmo espaço entre tabaco e milho, de forma intercalada, e têm outra parte com soja.
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O transplante das mudas, para a área preparada com maquinário próprio, começou no dia 20 de julho, se estendendo até 10 de agosto. “Fazemos assim, aos poucos, para conseguirmos a colheita de forma organizada, sem perder nada, porque temos nove fornos. Tem que ser muito organizado”, conta Marcelo. Eles começam a retirada dos cerca de 300 mil pés em outubro e seguem até janeiro, quando passam a plantar milho. Cerca de 80% do grão é utilizado na própria propriedade, em criação de suínos.
A Afubra está desenvolvendo a ampliação da capacidade de armazenagem da unidade de grãos em Rincão Del Rey, Rio Pardo. Passará de 502 mil para 828 mil sacas. Isso deve ocorrer após o término da obra, previsto para janeiro de 2022. De acordo com o diretor-presidente da Agro-Comercial Afubra, Romeu Schneider, a medida possibilitará mais qualidade a associados e clientes.
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“Esgotamos nossa capacidade em pouco mais de 30 dias e, com isso, é urgente essa ampliação, que nos dará uma capacidade de giro de até 1,5 milhão de sacas de grãos”, explica. A ampliação atenderá as mesmas cidades da região da matriz, Santa Cruz do Sul, e das filiais de Venâncio Aires, Candelária e Cachoeira do Sul. Há a expectativa da instalação de uma segunda unidade. “Estamos estudando a possibilidade de instalação, que pode ser em Arroio do Tigre, no Centro-Serra, ou em Camaquã, na região Sul gaúcha”, adianta Schneider.
A ampliação, acredita Schneider, se configura em uma forma de diversificação aos associados e clientes. “O produtor também pode utilizar a nossa unidade para depositar a sua produção de grãos para venda no momento oportuno”, revela. Ele ainda enfatiza que a tendência é de aumento no número de sócios a utilizar a unidade, uma vez que a diversificação com grãos é cada vez maior nas propriedades rurais.
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