A fumaça provocada pelo incêndio ocorrido sábado à noite em um depósito de tabaco localizado às margens da BR-471, no Distrito Industrial de Santa Cruz do Sul, não oferece risco à saúde da população. A conclusão é da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), que acompanha o caso e até o fim da semana deverá enviar uma equipe técnica à cidade. O incêndio ainda não foi totalmente combatido e é apontado pelo Corpo de Bombeiros como o maior já registrado em Santa Cruz. Imagens de satélite disponibilizadas nessa terça-feira pela Nasa mostram a coluna de fumaça.
De acordo com a Fepam, o pavilhão de aproximadamente 30 mil metros quadrados que ainda está pegando fogo não era usado para guardar nenhum tipo de produto químico ou tóxico. Por isso, a única preocupação é quanto à inalação das partículas lançadas no ar a partir da combustão do material que estava estocado: tabaco pronto para ser entregue aos compradores embalado em grandes caixas de papelão. Ainda no sábado à noite a Universal Leaf Tabacos informou que o local era usado apenas como depósito, e não como unidade industrial.
“Só há riscos para a saúde porque, quando essas partículas entram no sistema respiratório, podem causar irritabilidade, principalmente em idosos e crianças, que são mais sensíveis”, explica o engenheiro químico da Fepam, Eduardo Santana. No entanto, ele afirma que os malefícios são inferiores aos da fumaça do cigarro, tendo em vista que os produtos prontos contêm aditivos – ingredientes que não havia no tabaco estocado no local.
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MONITORAMENTO DA ÁGUA
A conclusão da Fepam tem base, entre outros, em um relatório enviado pela Universal Leaf detalhando o que havia no pavilhão. De acordo com o engenheiro da divisão de emergências da Fepam, Rafael Volquind, no local havia apenas materiais orgânicos, que não apresentam riscos ao ambiente. Ele reforça que a situação será verificada por técnicos que irão ao local do incêndio e que um dos itens a serem monitorados é a destinação da água usada para combater o fogo. “Já houve casos em que o incêndio não oferecia risco algum, mas dias depois peixes apareceram mortos em um açude e se percebeu que aquela água utilizada para conter o fogo teria ido para lá”, exemplifica.
Telhado do depósito desabou e ainda existem pequenos focos de incêndio e queima lenta da brasa.
Foto: Lula Helfer.
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TRABALHO VAI ATÉ SEXTA
Contrariando a estimativa inicial do Corpo de Bombeiros, o incêndio não chegou ao fim nessa terça-feira. A corporação calcula agora que os trabalhos no local devem seguir até sexta. O comandante regional dos bombeiros, tenente-coronel César Eduardo Bonfanti, explica que os focos de incêndio já são quase inexistentes, o que acaba reduzindo também os níveis de fumaça.
“Ainda aparece um ou outro foco, mas muito pouco. A questão agora é a brasa. Tem bastante tabaco acumulado e, com isso, muita brasa”, resume. Segundo o oficial, por conta disso ainda não é possível entrar no depósito, o que em tese poderia agilizar a conclusão dos trabalhos. “Estamos monitorando e avaliamos que entre quinta ou sexta, no máximo, o incêndio chegará ao fim”, destacou.
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