Dados do Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (DetranRS) indicam que a frota de Santa Cruz cresceu mais de 30% no decorrer da última década, chegando a 98 mil veículos no ano passado. A situação alerta para a necessidade de incentivos ao uso do transporte coletivo.
Segundo as estatísticas do Detran, em 2012 Santa Cruz possuía 74,6 mil veículos. Isso significa que em dez anos mais de 23,4 mil veículos entraram em circulação, apesar da crise econômica e da pandemia. Apenas no ano passado, foram 2,3 mil emplacamentos, incluindo 679 automóveis, enquanto em municípios como Porto Alegre, por exemplo, houve uma ligeira redução no número de veículos nas ruas.
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De acordo com o especialista em trânsito Evandro Sehn, o volume de carros e motocicletas de Santa Cruz, que reflete o perfil econômico e o poder aquisitivo médio da população, pode ser considerado muito elevado. Embora tenha a 12ª maior frota do Estado, o município tem uma das maiores concentrações de veículo por pessoa. Com uma população estimada pelo IBGE de 132,2 mil, a média é de um veículo para cada 1,3 habitante, superando municípios maiores, como Porto Alegre (1,7), Caxias do Sul (1,6) e Pelotas (1,5).
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Para Sehn, incentivar a utilização do transporte público é “o grande desafio da gestão da mobilidade urbana”. “E não só de Santa Cruz. Todos os grandes centros estão correndo atrás dessa solução”, acrescentou. Na prática, porém, o que ocorre é o oposto: enquanto a frota de veículos cresce, a procura pelo transporte público despenca, o que se agravou com a Covid-19. De 4,5 milhões de passageiros por ano que eram registrados em 2015, a demanda caiu para 2 milhões em 2020. Diante da crise e para evitar uma escalada tarifária, a Prefeitura passou a subsidiar o serviço no ano passado e planeja agora uma série de ajustes para tornar a operação sustentável. Essas medidas podem incluir a extinção gradual de cobradores e o uso de veículos menores em linhas com menos fluxo.
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Já em dezembro, o governo lançou um pacote de R$ 50 milhões em investimentos, incluindo intervenções em gargalos, a implantação de três novas rótulas e de mais 5,9 quilômetros de ciclovia e a construção do viaduto junto ao trevo do Arroio Grande. Na avaliação de Sehn, o plano é “o começo” e a tendência é que as medidas resultem em menos acidentes e mais fluidez. “Priorizar a redução de conflitos, a segurança de pedestres e ciclistas e incentivar o transporte público deve ser a premissa da gestão de mobilidade”, salientou.
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