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Fritz Müller, o naturalista descalço

Ao sair costumava passar a bolsa pelo ombro direito, apanhar um pedaço de pão, pegar o cajado, ajeitar o chapéu de palha e assim, descalço, enveredar pelas matas do Vale do Itajaí. Sentia-se satisfeito em tudo observar, fosse uma planta, algum animal, o escoar das gotas de chuva pelas folhas em concha. Nada escapava aos olhos atentos, tanto que seu amigo Charles Darwin o chamou de “O príncipe dos observadores”.

A amizade com o célebre evolucionista aconteceu por correspondência, pois nunca se encontraram pessoalmente. Müller e Darwin começaram a trocar cartas a partir de 1865, quatro anos após Fritz ler A seleção das espécies, obra publicada por Charles em 1859. O contato epistolar seguiu até 1882, quando Darwin veio a óbito. Müller viveu até 1897, falecendo aos 75 anos, em Blumenau.

Nascido na Alemanha, Fritz Müller, aos 22 anos, obteve o título de doutor em Filosofia, ao defender a tese Sobre as sanguessugas da região de Berlin, em clara demonstração de que filosofia e ciência podem andar juntas. Cinco anos depois concluiu o curso de Medicina. Todavia não colou grau, pois, coerente com a defesa da liberdade religiosa, não aceitou recitar a parte do juramento que dizia: “assim me ajudem Deus e seu sacrossanto Evangelho”.

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Aos 30 anos, incompreendido e já casado, decidiu emigrar para o Brasil. Instalou-se na recém-criada “colônia Blumenau. Após trabalhar como agricultor durante quatro anos, recebeu uma proposta para lecionar Ciências e Matemática em Florianópolis, no Liceu Provincial. Ali, a par do magistério, exerceu suas pesquisas, particularmente com crustáceos. Expressou seu afã investigativo na obra Für Darwin (Para Darwin), publicada em 1864 em Leipzig. Seu estudo buscou comprovar a teoria de Darwin. Também produziu outros 264 trabalhos científicos. Em 1865 comprou uma casa em Blumenau, local de moradia a partir de 1867, já na condição de pesquisador. Onde residiu, encontra-se instalado o Museu Fritz Müller, em cuja varanda se respira natureza.

Intelectualmente reconhecido no meio acadêmico, Fritz Müller nunca aceitou ajuda financeira, nem a ofertada por Darwin. Chegou ao final da vida empobrecido e triste. Johann Friedrich Theodor Müller, naturalizado brasileiro, é hoje aclamado como um pioneiro da ecologia. Contudo, bem nos lembram os biólogos Pablo Pereira e Jair Putzke, há muito ainda a ser conhecido sobre seu legado e amor à ambiência. Nascido há 200 anos, Fritz Müller nunca se deixou tutelar e não se dobrou frente às convenções ou dogmas, mantendo-se um naturalista de “espírito livre.”

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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