Potenciais fretes mais caros devem elevar os custos da indústria de trigo do Brasil e podem respingar nos preços de produtos ao consumidor, alertou nesta sexta-feira, 27, o grupo industrial Abitrigo, colocando-se a favor da livre iniciativa para a logística no país. Os fretes no Brasil são atualmente tabelados, em uma medida tomada pelo governo após os protestos de caminhoneiros em maio. Para agosto, está prevista uma tentativa de acordo, pelo STF (Supremo Tribunal Federal), entre essa categoria e o setor produtivo, que reclama de forte alta nos custos e problemas no transporte de produtos e insumos.
“Logo após as manifestações, estimávamos um aumento no custo do frete de 18% a 25% para as indústrias de trigo, nos diversos momentos, dos portos até os moinhos, na distribuição de farinhas. […] Também estimávamos um repasse de até 8% para o preço final”, disse o presidente da Abitrigo, embaixador Rubens Barbosa.
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O dirigente afirmou que, por enquanto, o repasse de custos foi mínimo, em meio a uma demanda interna vacilante, com a economia do país ainda se recuperando da recessão. O Brasil, que está finalizando o plantio da safra 2018, é um importador líquido de trigo, com praticamente todo o fornecimento vindo da vizinha Argentina neste ano.
Segundo dados da Abitrigo, até junho o país já tinha importado 3,2 milhões de toneladas de trigo, quase metade dos 6,5 milhões estimados pela Companhia Nacional de Abastecimento para 2018. Do total, 3 milhões de toneladas vieram da Argentina. Ele disse que o preço do cereal importado do país vizinho está hoje entre US$ 230 (R$ 853) a US$ 240 (R$ 890) por tonelada, de US$ 270 (R$ 1.001) a US$ 280 (R$ 1.038) em maio, quando o mercado especulava sobre o tamanho da produção argentina.
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