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Fraudes e golpes

Nessa quinta-feira, 15, foi comemorado o Dia do Cliente. Além de homenagear os consumidores, a data nasceu como mais um estímulo para impulsionar as vendas, de modo que muitas lojas aproveitam para oferecer descontos, brindes e estreitar a relação com os clientes. Nas datas comemorativas aumentam, também, as fraudes e golpes, já muito comuns no dia a dia. De acordo com a empresa de cibersegurança PSafe, o Brasil registra mais de mil tentativas de fraudes financeiras digitais por hora.

De janeiro a julho deste ano, já foram mais de 5 milhões de tentativas de crimes, contra 2,5 milhões registradas no ano passado. Só no mês de julho, foram 1,3 milhão de investidas dos golpistas. Como nada está tão ruim que não possa piorar, as fraudes e golpes estão em constante evolução. Os meliantes digitais estão cada vez mais espertos e audaciosos, inventando sempre novas formas de enganar as pessoas. A lista não para de crescer:

  • Centrais de atendimento falsas: os golpistas simulam centrais de atendimento de instituições financeiras; entram em contato com clientes, solicitando dados pessoais e bancários para regularizar “suposta” pendência. Às vezes, pedem para inutilizar o cartão de crédito e entregá-lo a um motoboy da instituição. É necessário desconfiar sempre, porque bancos não solicitam dados de clientes por telefone, nem pedem para fazer testes no app.
  • Tentativas de phishing (pesca/roubo) de informações pela internet: através de clonagens de sites de instituições oficiais, os clientes são direcionados a links falsos em que são induzidos a inserir informações bancárias, tokens ou chaves de acesso. A dica é optar por acessar o app ou site oficial da instituição financeira.
  • Clonagem do WhatsApp: o mais comum é escolher alguém numa rede social, pegar a foto dele e criar uma nova conta. A partir disso, mandam mensagens para amigos e familiares, pedindo transferências via PIX, com a promessa de devolver no dia seguinte. O melhor a se fazer é entrar em contato com a pessoa que estaria precisando de dinheiro para confirmar o pedido.
  • Troca de cartão: o “vendedor” que, na verdade, é um golpista, presta atenção na senha e troca o cartão na hora de devolvê-lo. Por isso nunca perca de vista o cartão ao efetuar um pagamento.
  • Pix cobrança: os criminosos criam QR Codes falsos que redirecionam a páginas e sites clonados, levando o usuário a fazer o pagamento para terceiros. Como é difícil distinguir um QR Code falso apenas olhando para ele, deve-se buscar outras informações (valor cobrado, CNPJ ou CPF), antes de fazer o pagamento.
  • Golpes do Pix ou “Rei do Pix”: a vítima é convencida a transferir um valor para receber outro muito maior de volta. No início, as devoluções são realizadas para ganhar a confiança de quem deposita o dinheiro, mas na medida em que os valores crescem, os valores multiplicados não voltam mais.
  • Sequestros: sob a mira de bandidos armados, cliente de banco é obrigado a realizar transferências via Pix, empréstimos, saques e compras no cartão de crédito.
  • Golpe do boleto falso: a pessoa recebe um boleto para pagar alguma conta que reconhece como sua, que pode ser de um pacote de internet, telefone ou até de um financiamento; o problema é que quadrilhas interceptam contas enviadas para clientes, copiam os boletos, mas mudam o código de barras que direciona o valor para outra conta bancária. O ideal é verificar se o boleto tem o mesmo CNPJ, valor, endereço e condições a quem deve por alguma compra. Às vezes, até o nome do favorecido é alterado.
  • Golpe do SMS: é um clássico, mas ainda muito utilizado. O usuário recebe uma mensagem pedindo atualização de dados do cadastro do banco, com algumas informações corretas. Ao aceitar o pedido, a pessoa é redirecionada para uma página falsa que capta os dados para utilizá-los em golpes. O correto é nunca clicar em links enviados por SMS, WhatsApp ou outro canal suspeito.
  • Golpe do investimento: as famosas pirâmides; os participantes se tornam membros de um esquema com promessas de ganho rápido e alto, mas acabam perdendo dinheiro.

Nesses tempos em que milhões de pessoas estão endividadas e, muitas delas, com o nome “sujo”, a Serasa alerta para o “Golpe do Contato Quente”. Fraudadores dizem que conhecem funcionários de instituições capazes de eliminar pendências financeiras. Os criminosos criam páginas na internet e, depois de terem convencido as vítimas de que podem resolver o problema da inadimplência, enviam boletos de cobrança pelo serviço que fingem ter realizado. Ao receber o dinheiro, desaparecem sem deixar rastros. Sob este mesmo golpe do contato quente, os fraudadores tentam vender o Manual do Score que é uma metodologia técnica que analisa o histórico e atual comportamento financeiro do usuário, mas que está disponível gratuitamente no site da Serasa.

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Outro golpe é o da “mão fantasma” em que criminosos controlam o celular do usuário à distância, após induzi-lo a baixar aplicativos para realizar a “limpeza” do celular, que são, na verdade, ferramentas de acesso remoto. A partir daí, conseguem senhas e outros dados que dão aceso à conta da vítima e permitem realizar transações bancárias.

Para o perito em crimes digitais e CEO da Enetsec, Wanderson Castilhos, 97% dos crimes virtuais são realizados a partir do descuido dos consumidores. Uma pesquisa da CVM, feita com vítimas de golpes financeiros, por exemplo, apontou os principais aspectos que contribuíram para que as pessoas caíssem em ciladas:

  • a aparência do site que transmite confiança;
  • indicação de familiares ou amigos;
  • exigência de pequeno investimento;
  • desconhecimento de que aquilo pode ser um golpe.

Pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostra que três em cada dez brasileiros já sofreram tentativa ou foram vítimas de golpes e fraudes neste ano. Por que caímos em tantos golpes e fraudes? Em próximo artigo, serão abordados alguns motivos que podem ser desde a falta de dinheiro, passando por desconhecimento ou ingenuidade, até vontade de se dar bem.  

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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