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Francisco Teloeken: “sonhos x educação financeira”

Alguém poderia perguntar: o que os sonhos tem a ver com educação financeira, geralmente fundamentadas em atividades técnicas, como pesquisas de preços, elaboração de orçamento, noções de investimentos, alguns cálculos e, principalmente, no comportamento e hábitos das pessoas? Para contextualizar os sonhos, dentro da metodologia da DSOP Educação Financeira, cientificamente comprovada, Reinaldo Domingos, pós-doutor em educação financeira e autor de livros, além de outras atividades e empreendimentos, propõe quatro pilares ou passos:

  1. Diagnosticar: é identificar os ganhos, gastos, aplicações, dívidas, de 30 a 60 dias e anotar todos os ganhos e desembolsos efetuados, por menores que sejam. Esse levantamento vai mostrar o caminho que o dinheiro pessoal ou familiar percorre, mostrando o verdadeiro “eu financeiro”, em que efetivamente é gasto o dinheiro que, muitas vezes, pode ser diferente do que a pessoa ou família imaginam ou pensam;
  2. Sonhar: tem a capacidade de motivar as pessoas a crescerem e prosperarem. É o verdadeiro sentido da vida;
  3. Orçar: analisar a sustentabilidade financeira; subtrair dos ganhos o valor dos sonhos, dívidas, longevidade; e, a partir do saldo, ajustar as despesas;
  4. Poupar: visa proteger, por meio aplicações financeiras, o destino dos recursos.

Muitas pessoas questionam o passo sonhar, alegando que a pessoa que quer alguma coisa não sonha, ela simplesmente entra em ação, fazendo o que é necessário para alcançar seu objetivo ou meta. É mais ou menos como diz a letra de uma música: “Quem sabe, faz a hora, não espera acontecer”. 

Existem, também, aquelas pessoas para as quais os sonhos não fazem parte de suas vidas. Muito atrapalhadas com as finanças ou até endividadas, não conseguindo pagar nem as contas básicas, acabam conformadas e desistem de sonhar com alguma coisa melhor.

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Crianças têm muitos desejos e sonhos. Perguntadas a respeito, elas sabem na ponta da língua a resposta do que gostariam de ter hoje e no futuro, inclusive como atividade profissional. Infelizmente, por desconhecerem o efeito nocivo na mente de uma pessoa ainda em formação, muitos pais ou responsáveis repreendem, podam ou até ridicularizam a manifestação de sonhos dos filhos ou enteados, com frases do tipo: “Isso não é para nós ou para ti”.

Talvez por causa disso e, principalmente, com o avanço da idade adulta e as ocupações com os afazeres, rotinas, compromissos, trabalho e outras atividades, que os sonhos se perdem. É por isso que, acreditando na força e importância dos sonhos, imprescindíveis até nas finanças pessoais e familiares, Reinaldo Domingos, incluiu na metodologia DSOP o passo “sonhar”. Reinaldo crê e repete que os sonhos mantêm as pessoas vivas e as faz ter atitudes necessárias para a realização. No conceito de Reinaldo Domingos, “o sonho é um agente motivador que nos mostra o caminho e o verdadeiro sentido da vida e, com ele, nos sentimos empoderados para realizá-lo”.

Na metodologia da DSOP Educação Financeira, a recomendação é para que as pessoas trabalhem com vários sonhos, às vezes desdobrados em metas menores, simultaneamente, para realização em curto prazo (até um ano), médio prazo (de um ano até dez anos) e em longo prazo (mais de dez anos). Mas, para que esses sonhos se tornem realidade, é preciso responder a um conjunto de perguntas que, uma vez conscientes, provocarão a atitude de sair da inércia ou da zona de conforto, em que muitos podem estar:

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  1. Qual é o sonho? Comprar uma casa, um carro, uma moto; iniciar um negócio; quitar as dívidas; casar; fazer uma faculdade, uma especialização, uma pós, um doutorado; realizar uma viagem especial etc.
  2. Quanto custa esse sonho? Buscar informações detalhadas e cotar preços, não poupando ferramentas de pesquisas, como internet, jornais; conversar com pessoas que podem fornecer informações importantes.
  3. Quando quer realizar o sonho? Definir uma data.
  4. Quanto é preciso poupar por mês para dar de entrada ou pagar integralmente?
  5. De onde tirar esse valor que vai ser poupado? Reduzir, substituir ou eliminar algum item específico do orçamento, obter alguma renda extra e solicitar um empréstimo financeiro.

Os sonhos são pessoais, intransferíveis. Pais podem acalentar sonhos em relação aos filhos, mas não podem sonhar o sonho dos filhos. Nos relacionamentos, a primeira consequência da falta de sonhos comuns é a inexistência de objetivos comuns, de prioridades. Um sonha com um carro novo, o outro com uma viagem para a Europa. Se cada um sonhar sozinho, a relação e as finanças ficam no prejuízo.

Tudo começa com um sonho. O que vemos, tocamos, ouvimos, cheiramos, usamos ou comemos era, em algum momento, invisível para todos, exceto para um sonhador. Na verdade, os sonhadores criam o mundo. Em finanças pessoais, também, sonhar é positivo e ajuda na realização ou na obtenção de determinado objetivo que, geralmente, requer algum dinheiro. Não é preciso esperar algum aumento de salário ou renda, uma herança ou qualquer verba extra para realizar sonhos. Com educação financeira, que requer algum esforço e um consistente planejamento financeiro, além de criar um modelo mental que promova a sustentabilidade, a realização de qualquer sonho fica mais fácil e pode tornar-se possível.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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