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Francisco Teloeken: “Nas finanças pessoais ou familiares, caberia também uma faxina?”

Em algum momento que pode ser eventual ou em dias previamente estabelecidos, todo mundo promove alguma faxina. Pode ser no pátio da casa, na garagem, no guarda-roupa, na dispensa, na caixa de e-mails ou em qualquer outro ambiente. Faxina é limpar ambientes e desfazer-se de sucatas, roupas, objetos, bugigangas, papéis, mensagens etc visando libertar-se de coisas que atravancam o caminho e renovar a energia.

Nas finanças pessoais ou familiares, caberia também uma faxina? Raramente, damos uma repassada criteriosa nos lançamentos do extrato de conta ou até na fatura do cartão de crédito. Thiago Godoy, autor do livro Emoções Financeiras, conhecido como Papai Financeiro, é mestre pela FGV-SP e especialista em psicologia do dinheiro e bem-estar financeiro, além de outras credenciais, publicou no portal do Infomoney, em 26 de abril de 2021, o artigo O Guia da Faxina Financeira. Nesse artigo, Thiago traça um paralelo entre atividades próprias de uma faxina em ambientes domésticos e faxina nas contas, relacionando 7 passos:

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  1. Despesas fixas: como uma janela emperrada que provoca irritação toda vez que é aberta ou fechada, analisar as despesas fixas que custam dinheiro todo o mês, gerando preocupação, como o valor do plano da operadora de celular ou internet, o carro que gasta muito ou até o imóvel em que mora com o valor do aluguel acima das possibilidades financeiras;
  2. Despesas variáveis: igual uma torneira que pinga água, permanentemente, o que parece tão insignificante, mas que, no fim do mês, pode acumular alguns litros desperdiçados, as despesas variáveis também são, isoladamente, de pequeno valor, mas, somadas, podem provocar um verdadeiro rombo no orçamento; por isso, anotar e acompanhar todas as despesas e ver se não existem desperdícios, supérfluos, gastos por impulso etc que podem ser reduzidos ou até eliminados;
  3. Cartões de crédito: não há necessidade de uma dúzia de cartões, ainda mais quando se paga anuidades por eles; escolher um ou dois cartões que ofereçam mais vantagens e não cobrem anuidades;
  4. Metas financeiras: igual a uma semente ou muda, dependendo da peculiaridade, de árvore frutífera que precisa ser regada periodicamente para, no tempo devido, dar frutos, precisamos estabelecer um valor a ser poupado, mensalmente, para poder usufruir de algum benefício no futuro que pode ser a aquisição de algum bem ou até uma longevidade mais tranquila; apenas propor-se a poupar dinheiro que sobra geralmente não funciona porque raramente sobra algum; a recomendação é estabelecer um valor a ser poupado, mensalmente, e apartá-lo em primeiro lugar, antes de pagar qualquer despesa ou dívida;
  5. Aumento da felicidade: poupar e investir dinheiro não pode ser tudo na vida de alguém; adquirir experiências, passar tempo com outras pessoas, principalmente com familiares, e usar o dinheiro para ganhar tempo, como, por exemplo, contratando pessoas especialistas para fazer a limpeza ou faxina da casa;
  6. Responsabilidade por suas escolhas e sua felicidade: costumamos culpar os “outros” por nossos problemas, inclusive os relacionados ao dinheiro ou à falta dele. Os “outros” podem ser os pais, o chefe, o governo, a chuva ou a falta dela, o futebol, a dor de alguma coisa etc. Só que, se soubermos ou concordarmos com isso, ou não, nós somos totalmente responsáveis pela nossa vida e exercemos essa responsabilidade todos os dias por meio dos pensamentos, sentimentos e comportamentos. Se desejarmos uma mudança, precisamos olhar para o que está acontecendo na nossa vida e reconhecer o papel que desempenhamos, no passado e no presente, para que isso fosse assim. Portanto, é preciso assumir a responsabilidade por nossas escolhas e pela nossa felicidade. Não é fácil e exige a prática, dentre outras coisas, da paciência;
  7. Criar o “Dia da Faxina”: tirar um tempo, pelo menos num dia do mês, para organizar e colocar em ordem as questões financeiras; comprometer-se com este dia para torná-lo rotineiro e o mais produtivo possível.

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Realizar uma faxina financeira exige uma série de ações, algumas delas não tão difíceis. Talvez o mais urgente seja mudar o comportamento. O criador da DSOP Educação Financeira e autor de livros, Reinaldo Domingos, em seu livro Terapia Financeira, publicado pela primeira vez em 2008, já tinha claro que a Educação Financeira, além de técnicas das finanças pessoais (saber fazer alguns cálculos, pesquisar preços, preparar e seguir um orçamento doméstico, conhecer produtos financeiros e melhores estratégicas de investimento etc) dependia também do comportamento das pessoas.

Neste momento, não importa de como chegamos até aqui. Só importa onde estamos e aonde queremos ir. Ao mudar certos hábitos prejudiciais, é possível alcançar melhores resultados financeiros. Sem a preocupação financeira em nossa vida, temos a oportunidade de sermos a melhor versão de nós mesmos.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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