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Francisco Teloeken: “Finanças pessoais com inteligência artificial”

Sem dúvida, a tecnologia está cada vez mais presente em nossa vida. Em coisas às vezes bem banais e em diversas áreas ela é fundamental para a organização de processos, aumento de eficiência, segurança e rapidez das informações.

Uma das áreas em que a tecnologia tem sido incluída cada vez mais é a das finanças. Primeiramente, na contabilidade e orçamento das empresas. Mais recentemente, nos orçamentos pessoais ou domésticos, com a disponibilidade de planilhas eletrônicas e aplicativos para a captura, processamento, arquivo e transferência de movimentações financeiras.

Dentre muitas novidades tecnológicas que têm aparecido, uma delas muito comentada nos últimos dias, é o ChatGPT, da empresa de pesquisa OpenAI, apoiada pela Microsoft. A sigla vem de Generative Pre-Trained Transformer, o que significa algo como “transformador pré-treinado generativo”. Trata-se de um software capaz de gerar textos em linguagem natural, ou seja, em linguagem semelhante àquela que nós, humanos, utilizamos.

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Conforme explica Marcello Nicolielo, head of digital da HUB Mídia, “O ChatGPT utiliza inteligência artificial pra interagir e cocriar com o ser humano, respondendo perguntas difíceis e elaborando construções de textos com sínteses complexas, desde poesias, contratos, copys até programação em linguagem de computação aplicadas a softwares.” 

O ChatGPT é uma ferramenta com um banco de dados de bilhões de informações – está por ser lançada uma versão com trilhões de dados – que responde às questões que lhe são propostas a partir dessa infinidade de textos e dados, disponíveis na internet. Parece que o Google está processando o OpenAI, criador do ChatGPT, porque estaria retirando as informações e dados disponíveis na internet, inclusive do Google.

Não tem como evitar a pergunta que sempre se faz quando surge alguma ferramenta nova que pode substituir a mão de obra e, agora, até a inteligência humana. O que será dos profissionais especializados, qualificados e certificados, existentes em muitas áreas, e que, na financeira, ajudam famílias e empresas em suas dúvidas e decisões financeiras? Será que basta fazer a pergunta ao ChatGPT para que a ferramenta dê a resposta que seria a melhor solução?

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No mundo do trabalho, as novas tecnologias costumam provocar eliminação de atividades desenvolvidas por mão de obra. O computador, por exemplo, criou um verdadeiro reboliço – numa agência bancária, um exímio funcionário conseguia datilografar, durante sua jornada de 6 horas, nove contratos por dia, com alguns dados diferentes, mas sujeitos a eventuais erros. Com o computador, no mesmo tempo, podia-se gerar centenas de contratos, com alguns dados diferentes – nome, localização etc – praticamente sem erros.

Hoje, três décadas depois, o computador faz parte da vida de centenas de milhões de pessoas como um item essencial e ninguém mais se lembra que substituiu a mão de obra de milhares ou milhões de pessoas.

Além dos aplicativos já usados nas finanças pessoais, o ChatGPT quer ser uma nova ferramenta para estabelecer uma interação por meio do chat, no qual é possível dialogar com uma espécie de assistente virtual e receber informações importantes e muito precisas para a tomada de decisões financeiras em investimentos, estratégias para pagamento de dívidas ou empréstimos, sugestões sobre planejamento financeiro e prevenção de perdas.

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É claro que a inteligência artificial do Chat-GPT pode oferecer algumas vantagens no planejamento financeiro, mas, pelo menos por enquanto, existem situações que requerem a análise humana. Em casos, por exemplo, de conflitos de qualquer espécie ou até pandemias, como a recente Covid-19, que podem gerar crises econômicas e financeiras globais, com consequências pontuais para cada uma das pessoas atingidas; ou, então, em situações que envolvam grandes decisões financeiras ou somas de dinheiro, como na compra de um bem de valor maior ou investimento em um negócio, que sempre implicam em questões financeiras, legais e tributárias complexas e pessoais, talvez o ChatGPT não tenha as respostas mais adequadas ou corretas.

Parece que, por melhor e mais avançado que seja, o ChatGPT não pode substituir completamente o pensamento humano em algumas situações. Na área financeira, por exemplo, a análise exige um cuidado mais profundo com o risco, o comportamento do mercado, questões fiscais, preferências pessoais. Como diz Ingrid Barth, co-fundadora e COO do banco digital Linker e a primeira mulher como presidente da Associação Brasileira de Startups, “o papel humano ainda é relevante e necessário para a tomada de decisões financeiras. As tecnologias atuais tem se comportado de maneira complementar e não excludente”.

A nova ferramenta do ChatGPT e de concorrentes, com o Chatbot Bard do Google, cujo lançamento foi antecipado na terça-feira, dia 21 de março, numa corrida acelerada sobre a tecnologia de inteligência artificial, “vai mudar nosso mundo”, diz Bill Gates. O cofundador da Microsoft acredita que o ChatGPT, um chatbot que dá respostas surpreendentemente humanas às perguntas dos usuários é tão importante quanto a intervenção da Internet.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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