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FALANDO EM DINHEIRO

Francisco Teloeken: “A renda pessoal ou familiar não define a situação financeira”

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) classifica os brasileiros de acordo com a renda em salários mínimos. Assim:

  • Classe E – renda de até 1 salário mínimo – R$ 1.302;
  • Classe D – de 1 a 3 salários mínimos – R$ 1.302 a R$ 3.906;
  • Classe C – de 3 a 5 salários mínimos – R$ 3.906 a R$ 6.510;
  • Classe B – de 5 a 15 salários mínimos – R$ 6.510 a R$ 19.530;
  • Classe A – acima de 15 salários mínimos – acima de R$ 19.530.

Com base nesses números, Reinaldo Domingos, pós-doutor em Educação Financeira e criador da DSOP Educação Financeira, além de outras atividades, publicou em 23 de fevereiro de 2023, no Youtube, o vídeo Classe Social não determina sua situação financeira.

Embora Reinaldo insista em falar de classe social, parece que caberia melhor usar a expressão classe de renda que, muitas vezes, não tem nada a ver com a classe social que a pessoa vive. Muitas vezes, a pessoa vive numa classe social acima de sua condição financeira. Reinaldo sugere que o cidadão se faça duas perguntas:

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  • 1ª – Em que classe de renda se encontra neste momento?
  • 2ª – Qual é a sua situação financeira?
    • Investidor: pessoa que tem o hábito de, mensalmente ou toda vez que receber algum dinheiro, separar uma parte para investir em algum produto financeiro ou imóvel;
    • Equilibrado financeiramente: não tem dívidas, mas tudo que ganha, gasta. Não tem sobras para investir;
    • Endividado: com dificuldade, consegue pagar as contas;
    • Superendividado ou inadimplente: não consegue pagar as contas, estando com o nome no SPC ou outro órgão de restrição de crédito.

Conforme o próprio Reinaldo diz, no vídeo, a situação financeira muitas vezes não está de acordo com a classe de renda. Existem pessoas com rendas de até cinco salários mínimos ou, às vezes, até menos, com uma situação financeira melhor, inclusive com aplicações financeiras, do que outras com rendas superiores. 

O que vai fazer a diferença não é o que a pessoa ganha – a não ser que sejam pessoas que ganham valores exorbitantes, que não precisam preocupar-se com contas – mas o que ela vai fazer com esse dinheiro, como ela vai gastá-lo. Porque existe uma máxima que diz que dinheiro não aceita desaforo.

Desde que nos conhecemos por gente, há mais ou menos tempo, muito dinheiro já passou por nossas mãos. O troquinho dos avós ou tios, mesadas, salários, pró-labore, receita de prestação de serviços, etc. Se pudéssemos recuperar o registro desses valores e fazer uma soma geral, certamente nos espantaríamos com o montante. A pergunta que não quer calar: quanto desse dinheiro conseguimos guardar?

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O dinheiro pode ser igual a água que tentamos segurar em nossas mãos: ela escapa entre nossos dedos. Por isso, Reinaldo propõe uma reflexão de cinco perguntas para saber o que fazemos com o nosso dinheiro:

  • 1ª – O que quero realizar com o meu dinheiro? Quais as necessidades mais imediatas, os sonhos que quero alcançar?
  • 2ª – Quanto de dinheiro quero guardar para o consumo, as necessidades e os sonhos? O dinheiro para essas finalidades precisa ser destinado ou, como diz o Reinaldo, “carimbado”, para não ser usado em outra coisa.
  • 3ª – Quanto dinheiro já estou guardando? O problema é que vivemos no automático, recebendo dinheiro e gastando em alguma coisa, sem nos darmos conta disso.
  • 4ª – Em quanto tempo quero formar uma reserva financeira para alcançar algum objetivo? Quando pretendo adquirir determinado item ou atingir a independência financeira? 
  • 5ª – De onde vou tirar o dinheiro para formar reservas financeiras para várias finalidades? Da atividade atual, de uma nova ou até de rendas extras?

Mais importante do que estar incluído numa faixa salarial de menor valor, achando que o salário ou a renda são muito baixos, é entender que o que vai definir a situação financeira de uma pessoa ou família é a educação financeira e o comportamento que ela terá no dia a dia para lidar com o dinheiro.

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