Tudo começou nos Estados Unidos, quando a jovem Anna Jarvis decidiu homenagear a mãe em uma campanha com as amigas, para mostrar a importância da figura materna às crianças e adolescentes dentro da igreja que frequentava. Depois de ter convencido vários pastores e ter chamado a atenção de governadores para a data, em 1914, o presidente dos Estados Unidos – Woodrow Wilson, na época – oficializou a comemoração do Dia das Mães no segundo domingo de maio.
No Brasil, a comemoração começou em 1918, por iniciativa da Associação Cristã de Moços de Porto Alegre. Mas a data só foi oficializada, como nos Estados Unidos, por um decreto de 1932, assinado pelo presidente Getúlio Vargas, instituindo oficialmente o Dia das Mães, fixado para o segundo domingo de maio de cada ano.
É uma data bonita que cresce a cada ano – com exceção dos anos de 2020 e 2021, por causa das restrições da pandemia do coronavírus –, ainda mais com os muitos avanços na inclusão das mulheres no mercado de trabalho. Mas ainda é fato que, conforme pesquisa da Vagas.com, pioneira no desenvolvimento de software de recrutamento e seleção, 52% das mães dizem ter passado por alguma situação desagradável no emprego quando estavam grávidas ou voltaram do período de afastamento.
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Eram comentários desagradáveis e falta de empatia até por parte de chefes. Para piorar a situação, muitas mães profissionais, após a licença-maternidade, ainda enfrentam outras dificuldades, como serem substituídas num cargo de gerência ou perderem oportunidades de mudar de emprego, de uma promoção, quando não eram simplesmente despedidas. Um estudo da FGV mostra que metade das mulheres que têm filhos perdeu o emprego em até dois anos depois da licença-maternidade.
Muitas mulheres já passaram por cima de constrangimentos, conseguindo conciliar o lado profissional com a maternidade. Para isso, contam com uma rede de apoio, formada por companheiros, familiares, babás e escolas. Erika Linhares, pedagoga e sócia da B-Have, empresa que treina colaboradores e líderes com foco no comportamento, conta que, ao ter que retirar-se da reunião da firma porque tinha que ir a uma reunião escolar da filha, todos os presentes, a maioria homens, olharam para ela indignados, não acreditando que ela fosse sair.
Então ela questionou os homens presentes, cujas esposas não trabalhavam fora. “Qual a preocupação de vocês em comprar comida para a sua casa, levar o filho ao pediatra, ir numa reunião escolar, encontrar a casa sempre limpa e a roupa passada? Nenhuma porque tem uma pessoa que cuida disso, deixando vocês tranquilos para só pensar em seu trabalho…”.
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Durante a pandemia, obrigadas a ficar em casa, em quarentena com os filhos em idade escolar, muitas mães perceberam mais as transformações do modelo de trabalho. Enquanto algumas sentiram-se ainda mais sobrecarregadas e cansadas por terem que conciliar tarefas profissionais com a atenção requerida pelos filhos e afazeres domésticos, outras viram neste modelo a possibilidade de acompanhar mais de perto o crescimento e evolução dos pequenos.
Pessoas normais não conseguem ser multitaskings ou, em português, pessoas que executam várias tarefas ao mesmo tempo. Há algum tempo, falava-se de multitasking como uma qualidade a ser alcançada. Entretanto, estudos mostram que o multitasking, ou multitarefa, afeta negativamente nosso desempenho no trabalho e também nossa saúde, física e mental, gerando estresse e ansiedade causadas pela prática. Pois é: as mães desafiam esses estudos. Elas têm competências para realizar diversas atividades ao mesmo tempo.
Mães não são todas iguais. Não só no aspecto físico – nem todas são assim como exibem os comerciais da TV ou as fotos de revistas -, mas também nos presentes que gostariam de receber – algumas, nem querem – ou na forma como desempenham a missão de geradoras de vidas. Existem as tradicionais, as que exercem atividades profissionais ou de voluntariado, as políticas, as duronas, as boazinhas, as que transmitem princípios e valores ou várias dessas características juntas, todas, de alguma forma, conectadas com as novas tecnologias.
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Aliás, levantamentos revelam que mais de 50% das motoristas de aplicativos de transporte urbano são mães. Infelizmente, há também aquelas mães que, com maus exemplos de vida, ensinam a desrespeitar pessoas, não fazer o que pregam em igrejas, quebrar compromissos, consumir drogas, roubar e até matar.
A dinâmica e cada vez mais tentadora economia de consumo consegue transformar datas especiais em sinônimos absolutos de compras. Claro que é muito bom ver o sorriso das mães quando ganham algo que tanto queriam. O perigo é incorporar a ideia de ter que dar um presente – muitas vezes sem pensar nas consequências disso para as finanças – que acaba-se esquecendo de focar no que realmente interessa.
Por isso, não importa a idade, a atividade, a situação socioeconômica, a rejeição ou o simples abandono. Uma vez mãe, sempre mãe, e cabe aos filhos, pelo menos nesse dia especial, levar para a mãe o abraço e o beijo de bons filhos. Ou, então, se ela não estiver mais neste plano, dedicar-lhe uma oração ou um momento de reflexão para agradecer tudo de bom que ela fez.
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Feliz Dia das Mães!
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