Ao receber o salário, o pró-labore, a renda do aluguel do imóvel ou outra receita qualquer, a quem ou o que deve-se pagar primeiro? A maioria, provavelmente, vai responder o aluguel, a prestação da casa ou apartamento, a luz, água, escola, mercado, carnês de lojas, financiamento de carro, moto etc, de acordo com o que cada pessoa achar mais importante ou de maior risco para si e sua família. Todas as respostas são aceitáveis ainda mais que o não pagamento de algum desses itens pode gerar consequências negativas.
Ao não pagar a conta de luz, por exemplo, depois de alguns dias e avisos da concessionária, a energia elétrica pode ser cortada. Já o não pagamento da prestação do financiamento do carro ou da moto pode acarretar o recolhimento do veículo. Enfim, é inevitável alguma perda ou sanção decorrente do não pagamento de alguma conta, no vencimento.
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Voltando à pergunta do item anterior, a resposta que muitas vezes choca é que o primeiro pagamento deveria ser feito a nós mesmos. Como assim, se não sobra dinheiro depois de pagar as contas, perguntam alguns. Muitas vezes, até falta, reclamam outros.
Todos sabem que deveríamos guardar algum dinheiro para a aposentadoria, para a compra de algum bem de valor maior ou para alguma despesa imprevista. Motivos não faltam. Só que sempre esperamos pelo momento certo: depois de pagarmos as contas, quando conseguirmos um aumento de salário ou um emprego melhor remunerado, quando as coisas melhorarem… Assim, as pessoas esperam pacientemente por seu próximo salário ou renda e repetem o mesmo processo mensal e indefinidamente.
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A ideia de “pagar-se primeiro” não é muito comum entre nós ou, pelo menos, não é levada muito a sério. Além disso, conhecer um conceito e usá-lo para mudar nossa vida são duas coisas completamente diferentes. É que conduzimos nossas finanças pessoais com base em algumas crenças ou atitudes, aprendidas durante a vida, algumas delas quando ainda crianças:
Pensar ou falar em poupar dinheiro pode passar a ideia de obrigação, de privação ou até de sacrifício. Já “pagar-se primeiro” significa que decidimos reservar algum dinheiro primeiramente para nós mesmos, afinal fomos nós que, de alguma forma – com ética e honestidade, diga-se de passagem – fizemos por merecer e temos direito a esse dinheiro.
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No dia do recebimento do salário ou de alguma outra receita, antes de sair por aí para pagar aos credores – às vezes, com raiva e ressentimento; outras, com um sentimento temporário de alívio -, é importante parar por um momento e, conscientemente, separar uma parte, por menor que seja, e depositá-la numa conta de investimento.
Ou, então, colocar o valor apartado num envelope, devidamente identificado, e guardá-lo em algum lugar seguro, mas onde não possa ser facilmente retirado. É um ritual, sim, mas é através dos rituais – presentes, em todos os tempos, em eventos religiosos, sociais, jurídicos, esportivos etc – que nós dizemos ao nosso inconsciente de que somos capazes de começar um novo hábito financeiro em nossa vida. Poupar é, acima de tudo, tomar uma decisão que precisa ser mantida como prioridade.
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