A ministra de Saúde da França, Agnes Buzyn, anunciou a primeira morte de uma pessoa com coronavírus na Europa. A ministra disse neste sábado ter sido informada na noite passada da morte de um paciente de 80 anos que estava hospitalizado no país desde 25 de janeiro.
O paciente, um turista chinês da província de Hubei, tinha uma infecção no pulmão causada pelo coronavírus. Ele chegou à França em 16 de janeiro e foi hospitalizado em 25 de janeiro sob rigorosas medidas de isolamento. A sua condição deteriorou-se rapidamente. A filha do turista chinês também foi hospitalizada, mas autoridades disseram que a expectativa é de que ela se recupere.Até agora, apenas três mortes fora da China continental tinham sido registradas: nas Filipinas, Hong Kong e Japão.
A China continental concentra, com 1.523 mortes, 99,9% das mortes registradas no mundo pelo novo coronavírus, e mais de 66.000 infectados. As autoridades de Pequim passaram a exigir que aqueles que retornarem à capital após as férias fiquem em quarentena por 14 dias, para conter a propagação da doença, sob pena de sanções. Não se sabe, porém, como as autoridades poderão aplicar a medida.
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A epidemia, que surgiu na província de Hubei (centro da China), conseguiu, em parte, se espalhar pelo fato de que milhões de pessoas se deslocaram no final de janeiro por ocasião do feriado do Ano Novo Lunar. As férias na China foram estendidas para evitar mais contágios, mas, pouco a pouco, nas últimas duas semanas, as pessoas têm retornado ao trabalho – muitas delas de casa – enquanto as escolas ainda estão fechadas. Cerca de 283 milhões de viagens foram feitas no interior da China entre 25 de janeiro e sexta-feira, de acordo com o vice-ministro dos Transportes, Liu Xiaoming.
Neste sábado, durante uma reunião histórica em Munique com seu colega do Vaticano, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse que a epidemia está “efetivamente controlada”. No entanto, afirmou que o Vaticano pode desempenhar um papel construtivo ao incentivar a comunidade internacional a apoiar os esforços da China para combater a epidemia “de maneira objetiva, racional e científica”.
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Notas de dinheiro em quarentena
Esta semana, a China decidiu adotar novos critérios para a contagem de pessoas contaminadas, o que fez disparar o número de contágios. O governo chinês mantém toda a região de Hubei, com seus quase 56 milhões de habitantes, em quarentena há quase um mês.
Em outra medida preventiva drástica, a China lançou um processo no qual limpa e coloca em quarentena as notas de dinheiro, a fim de limitar a propagação da epidemia. Os bancos usam raios ultravioleta ou altas temperaturas para desinfetar as cédulas antes de selá-las e isolá-las por sete ou 14 dias, explicou Fan Yifei, vice-governador do Banco Central da China.
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Apesar dos grandes esforços, a epidemia continua a se espalhar, alcançando cerca de 30 outros países, com cerca de 600 casos confirmados. O Egito anunciou na sexta-feira que havia registrado o primeiro caso de coronavírus no continente africano.
O principal foco de infecção fora da China é o navio de cruzeiro “Diamond Princess”, que ainda está em quarentena na costa do Japão, no porto de Yokohama, com 285 infectados, após confirmar outros 67 novos casos neste sábado. Os Estados Unidos anunciaram que planejam evacuar seus cidadãos que estão a bordo do cruzeiro. Washington planeja enviar um avião ao Japão no domingo para repatriá-los, segundo a embaixada americana.
A missão diplomática alertou que os evacuados precisarão de uma quarentena adicional de duas semanas após a chegada aos Estados Unidos. Em Singapura, que tem 67 casos confirmados, a Igreja Católica anunciou que suspendeu suas missas indefinidamente para impedir a propagação da doença e instou os fiéis a seguirem os serviços religiosos via YouTube ou na rádio.
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