Roupas brancas, muitas flores e balões azuis e brancos. Assim estava um grupo de pessoas que foi se avolumando no Bairro Ramiz Galvão, em Rio Pardo, até formar uma extensa fila de veículos. Eles se prepararam para participar da 34ª edição da procissão em homenagem a Iemanjá. O ponto de partida foi o Templo Africano Nara de Iemanjá.
Além dos frequentadores da casa da Mãe Nara, representantes de outras referências religiosas acompanharam o evento, que teve de obedecer a regras diferenciadas para se enquadrar nos protocolos sanitários, por causa do alto índice de contaminação da Covid-19. “Com dor e sentimento não podemos fazer como em outros anos. Ela (Iemanjá) é a anfitriã e gosta de distribuir as oferendas que recebe”, lamenta Nara.
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A dirigente do templo refere-se à prática de levar bolos, frutas e refrigerantes que, no fim da manifestação, eram distribuídos. “Neste ano, não tivemos como fazer as paradas que costumávamos fazer durante o trajeto, nem possibilitar a chegada dos Caboclos, porque não tem como ‘baixar’ com o uso de máscara”, acrescenta. Mãe Nara conta que foi orientado a todos os participantes que utilizassem o equipamento de proteção.
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Como forma de manter a tradição, enquanto aguardavam a chegada do caminhão do Corpo de Bombeiros, que levou a imagem durante a procissão motorizada, uma corrente manteve o público com certo distanciamento de Iemanjá, pois na estátua o ritual não permite que seja passado álcool. “Temos que garantir que tudo seja feito de acordo, porque depois a imagem retorna para dentro da casa”, explica.
Após a saída da frente do Templo Nara de Iemanjá, dezenas de veículos atravessaram a cidade em direção à Praia dos Ingazeiros. No local, onde o hábito era fazer celebração e a distribuição das oferendas em alimentos, foram acesas velas e um barco foi lançado às águas, como forma de agradecimento e apresentando os pedidos dos devotos.
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Saúde é o principal pedido
Além da oportunidade de agradecer por graças alcançadas, o momento de culto religioso possibilitou aos fiéis renovarem seus pedidos. O mais repetido deles, diz Pai Artur d’Oxum, do templo do Bairro Jardim Boa Vista, era por mais saúde. “Trouxemos flores e pedidos, principalmente por mais saúde para todos e conscientização. Com saúde se vai a qualquer lugar”, afirma.
A solicitação recorrente neste ano, de acordo com Mãe Nara, já foi atendida no ano de Iemanjá, 2021. “Tivemos a cura no ano Dela. Veio a vacina. Os pedidos foram atendidos, mas as pessoas é que não estão colaborando muito”, ressalta. Ela espera que a renovação das intenções dos participantes possa fazer com que, em 2023, a festa seja realizada como há mais de 30 anos.
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Tempo que passa e que vai agregando pessoas, tendo chegado, em período pré-pandemia, a cerca de 3 mil fiéis, de acordo com a filha de santo Valquíria Duarte. O Pai Artur é um exemplo. Ele tem 28 anos e participa dessa demonstração de fé desde os 11. Agora, com cerca de 30 frequentadores de sua casa, das mais variadas idades, não deixa de fazer parte dessa integração.
A equipe de Pai Artur já prepara um momento para fazer a sua homenagem a Iemanjá. Será no próximo sábado, na Praia do Biscoito. Pelo segundo ano, colocarão as oferendas na água, mantendo a distribuição de alimentos feitos para a Rainha das Águas. Será às 18h30, possibilitando que aqueles que trabalham no sábado também possam participar.
Navegantes
Nesta quarta-feira, 2, feriado municipal, ocorrerá a homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes. Haverá procissão motorizada a partir das 19 horas, com saída da frente da Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, no Bairro Fortaleza. Às 19h30, será celebrada missa ao ar livre junto ao mirante da Avenida Perimetral.
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