Paisagens exuberantes em conjunto com atrativos gastronômicos e culturais fazem parte da Rota do Vale Encantado, a aposta de Barros Cassal para fomentar o turismo local. De acordo com a responsável pelo setor de turismo da Prefeitura, Aracélia Nilce de Almeida, a intenção de criar um projeto para explorar o potencial turístico partiu do prefeito Jovelino Zago, que faleceu em 2017, durante o mandato. Segundo ela, o vice Adão Reginei dos Santos Camargo assumiu e deu continuidade ao projeto. Neizinho, como é popularmente conhecido, foi eleito em 2020 e trabalhou no primeiro ano de mandato para realizar o roteiro de atrações turísticas no município.
A Rota do Vale Encantado saiu do papel com a união de esforços dos empreendedores locais, dispostos a investir no turismo para gerar emprego e renda em Barros Cassal, apoiados pelo Conselho Municipal de Turismo (Comtur) e Secretaria de Educação. O formato do roteiro foi elaborado pela turismóloga Carolina Lopes, do departamento de turismo Rota das Terras Encantadas, existente há 24 anos por meio do Consórcio de Desenvolvimento Intermunicipal dos Municípios do Alto Jacuí e Alto da Serra do Botucaraí (Comaja). A proposta de Barros Cassal contou com o apoio da coordenadora de turismo da Associação dos Municípios do Alto da Serra do Botucaraí (Amasbi), Mara Muniz do Amaral.
Para apresentar a concretização do planejamento traçado pelos integrantes do roteiro, convidados foram recebidos na última segunda-feira, em frente à Prefeitura, para um tour pelos locais inseridos no programa de visitação. Representantes de outros municípios da região, como Gramado Xavier e Ibirapuitã, estiveram presentes para observar como poderão implantar um roteiro semelhante. Confira a seguir as atrações.
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O museu fica na Avenida Maurício Cardoso, a principal de Barros Cassal, na saída para o Norte. A responsável pelo espaço é Ana Cristina de Freitas, bisneta de João dos Santos Almeida. Conforme a anfitriã, o prédio foi construído em 1954 pelo italiano Pietro Salvi para servir de armazém. Os materiais para a montagem do museu começaram a ser recolhidos em 1991. O local fica aberto de segunda a sexta-feira, das 8 horas às 11h30 e das 13 às 17 horas.
Antes de ser comerciante, João dos Santos Almeida lutou na Revolução Constitucionalista de 1932 ao lado do general Candoca e registrou as memórias no livro Sonhos, persistência e coragem, de 1999. A primeira edição de O combate do Fão, escrito por Jorge Augusto de Paula em 1933, está presente no arquivo do museu. Integrante da comissão emancipacionista, João dos Santos Almeida também foi o primeiro prefeito de Barros Cassal, em 1964. Detalhes sobre o combate do Fão estão presentes na monografia da historiadora Janaíne Trombini, que pode ser acessada neste link.
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O acervo conta com diversos documentos, atas, cédulas, moedas, utensílios domésticos, quadros, móveis, roupas, televisores, máquinas de escrever, rádios, armas, espadas, arreios para montaria e outros itens mais específicos, como equipamentos médicos e hospitalares. Alguns dos itens mais antigos são um isqueiro de 1875, uma gaita de 24 baixos de 1888 e ainda uma faca do mesmo ano. A farda utilizada pelo combatente Osmar Fontoura Freitas, da Força Expedicionária Brasileira (FEB), em 1945, é um dos destaques da exposição.
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O Recanto Fiorentin é uma chácara para eventos aberta há três meses, na estrada do Moinho Queimado, a um quilômetro da RSC-153. A propriedade é mantida por Rosecler Maria Fiorentin e o filho Ernane Fiorentin. A casa da família foi ampliada e recebe até 60 pessoas para almoços, jantares e festas.
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O cenário é composto por um lago e um pomar, com árvores plantadas pelos avós de Ernane. O cardápio é voltado à gastronomia italiana, com massa, frango e polenta. Os contatos para reservas e mais informações são (54) 99955 9343, ou pelas redes sociais, Facebook e Instagram.
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Na localidade de Vila Nova, a nove quilômetros do centro de Barros Cassal, o Vale dos Rochedos é uma propriedade de Valdete Cerutti Pereira e João Clécio Pereira, administrada com o apoio da filha Linda Pereira. O espaço foi pensado para grupos que desejam passar um dia em meio à natureza, pelo valor de R$ 17,00 por pessoa (caso sejam oito pessoas ou mais, o valor fica em R$ 15,00 por pessoa).
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O terreno é íngreme, composto de muitas rochas das margens do Arroio Fãozinho. O pai de Valdete tinha uma pedreira e ela ficou com a área após a divisão da herança. Na entrada, um imponente umbu com raízes à mostra dá as boas-vindas. Valdete explica que a árvore é símbolo de hospitalidade. A família criou trilhas na mata, com níveis distintos de dificuldade. No caminho, o visitante pode inspirar-se com poemas fixados nas árvores.
O principal atrativo é a beleza da cascata no Arroio Fãozinho. Após a queda, a água corre por um leito cercado por paredões de pedra até chegar a um poço com 15 metros de profundidade, onde as águas serenadas escondem o perigo para algum desavisado. O mato na beira de uma sanga que deságua no Arroio Fãozinho é o ponto ideal para um acampamento e momentos de descanso. Um recanto sombreado para os dias de calor. Os contatos são (54) 99630 1984 e o Instagram.
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Na apresentação da chácara, o casal Juarez e Silvana Padilha explica que a escolha do nome foi pela necessidade de mudança, de uma nova direção a seguir. O local pode ser acessado pelo Vale dos Rochedos, por um trilha de 700 metros na beira do Arroio Fãozinho.
A estrutura da propriedade está em construção. Por enquanto, há um salão em formato de castelinho com mesas de madeira para refeições. A intenção é instalar melhorias, como churrasqueiras, cabana de hospedagem, campos esportivos e para encontros familiares, com brinquedos antigos, como carrinho de lomba, arco e flecha, tiro ao alvo e bolinha de gude. O contato da atração é (54) 99709 6535.
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A Battisti Vitivinicultura é outra parada no roteiro. Empresa familiar, fica localizada praticamente no trevo de acesso à cidade, na RSC-153. Os proprietários são Alvori Elio Battisti e Inês Elizabete Battisti. O empreendimento iniciado em 2009 era um desejo antigo do casal e foi viabilizado após Alvori vender o posto de combustíveis e Inês se aposentar do trabalho na Prefeitura.
Para iniciar, Alvori contou com a orientação de um engenheiro agrônomo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Bento Gonçalves e apoio técnico do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Atualmente, os produtores contam com o auxílio da extensionista da Emater/RS-Ascar, Carina Stahl.
As parreiras estão no período de floração, após a realização da poda no período de dormência da planta. A produção fica em torno de 30 toneladas de uva niágara e 10 toneladas de variedades de mesa por ano. A área plantada é de três hectares, dos quais dois com cobertura, onde estão inseridas as variedades niágara branca e rosa, bordô, benitaka, rubi e rainha itália, além de um hectare mais recente com a variedade vitória sem sementes, ideal para uso na panificação e sorveterias. Além disso, a vitória alcança 22º Brix, um índice elevado na medição do teor de doçura.
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A Battisti produz sucos integrais e vinhos de mesa tinto, branco e rosé. A colheita envolve 20 pessoas, o que gera empregos pontuais. A abertura será no dia 15 de janeiro. Uma inovação é a nova loja para venda de produtos de 30 fornecedores da região. A intenção é criar um café colonial em breve.
“Estamos orgulhosos de integrar a rota. Empreender não é uma tarefa fácil no Brasil, mas estamos trabalhando a cada dia para fortalecer o turismo”, destacou o filho Hairan Battisti. Os contatos são (54) 99936 4062, além das redes sociais Facebook e Instagram.
A Guabiju Vinhos & Espumantes fica a dois quilômetros da área central de Barros Cassal, na estrada de Rodeio Bonito. Desde maio de 2020, o estabelecimento conta com o selo de certificação Sabor Gaúcho, autorizado pela Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural.
A partir de 2010, Leandro Rasquinha Lopes investiu na plantação de uvas viníferas. O negócio foi um resgate da infância, quando ele via os avós cultivarem uvas. Os pais Lair e Lucila dedicavam-se ao plantio de tabaco. Na última década, Leandro apostou na diversificação e passou a utilizar dois hectares para a implantação das vinhas. O nome da vinícola vem da árvore centenária presente na propriedade.
Leandro buscou informações sobre o manejo, produção e tecnologia. Para isso, teve o apoio técnico de um enólogo da Serra Gaúcha, além da extensionista da Emater/RS-Ascar, Carina Stahl. Segundo ele, a altitude de Barros Cassal é semelhante à de alguns pontos da Serra e a acidez das frutas também é adequada. O terroir conta com um diferencial, que é o resquício do tabaco na solo, o que fornece aroma singular aos vinhos, principalmente da variedade nebbiolo.
A produção é de 10 toneladas por hectare, o que gera um total de 3 mil garrafas por ano. Leandro mantém o trabalho de cultivo das uvas ao lado da esposa Iara e da filha Betina. Outras variedades presentes são merlot, pinot noir, cabernet sauvignon, marselan e malbec. No próximo ano, Leandro pretende introduzir a tannat. Para os espumantes, são utilizadas uvas da família moscatel e o método utilizado para produzir é o champenoise, em um processo que envolve duas fermentações, uma no tanque e outra já na garrafa.
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Após a colheita, o vinho passa por fermentações até o armazenamento em barris de carvalho francês e norte-americano. Alguns tipos não chegam a ir para a maturação na madeira e são chamados de vinhos jovens. A comercialização ainda é regional, mas Leandro busca inserção em lojas especializadas. Para ele, a safra 2020 será histórica e lembrada por muito tempo na vitivinicultura brasileira pela qualidade. O contato para visitas é (54) 98409 9697, além das redes sociais Facebook ou Instagram.
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