A Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Vidal de Negreiros começou o ano letivo com uma supernovidade para os estudantes e toda a comunidade escolar. Concluída na segunda quinzena de dezembro do ano passado, a Casa Vivá promete ser um espaço democrático fora das quatro paredes da sala de aula – o nome indígena significa “forte como a natureza”. Erguida de maneira sustentável, a bioconstrução fica em meio à ampla área verde do educandário, na localidade de Arroio do Couto, no interior de Santa Cruz do Sul.
A diretora Isabel Cristina Rabuske lembra que a ideia do espaço surgiu há aproximadamente três anos, quando os professores conheceram uma proposta semelhante na Cidade Escola Ayni, em Guaporé. Em 2019, a equipe escolar resolveu retomar o projeto e foi em busca de parceiros para viabilizar a edificação. No total, foram investidos R$ 29 mil – R$ 15 mil em materiais comprados pelo Município; R$ 1 mil em verba do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE); R$ 5 mil por intermédio do Fundo Social da Sicredi; e outros R$ 8 mil do Círculo de Pais e Mestres (CPM).
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Sem classes ou cadeiras, a proposta da Casa Vivá é receber atividades mais dinâmicas e trabalhar o ser, para que os alunos possam se expressar, cuidar mais de si e dos outros. “Escola não é só conteúdo”, ressalta a vice-diretora Juliana Breunig.
A formação dos professores já aconteceu na estrutura, que desde essa segunda-feira também tem atraído a atenção dos estudantes. “Queremos aproveitar muito este espaço de convivência durante o ano letivo.” Segundo Juliana, a escola está em busca de parceiros para concluir a obra, que ainda precisa de vidraças e de uma porta.
Curiosidades
A Casa Vivá é uma cúpula geodésica, estrutura arquitetônica formada por domos que se caracteriza por sua resistência e leveza. Na Emef Vidal de Negreiros, a obra foi conduzida pelos construtores do Coletivo Vir a Ser, de Santa Maria, que utilizaram uma técnica chamada de Goodkarma.
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Com oito metros de diâmetro, a Casa Vivá é uma construção sustentável. A base da obra foi feita com uma técnica construtiva chaada hiperadobe, que utiliza terra ensacada com cimento para criar atrito.
O revestimento é feito com placas fabricadas com caixas de leite: são 70 chapas geométricas que utilizam 1,2 mil caixinhas cada. A pintura externa da Casa Vivá foi feita com uma tinta impermeabilizante. O espaço interno é térmico e acústico.
A obra contou com o engajamento da comunidade escolar, com os estudantes e também suas famílias. “É um projeto feito com muitas mãos. Diversas famílias vieram até a escola nos fins de semana para ajudar na construção”, explica a diretora Isabel Rabuske.
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A proposta da Casa Vivá vai ao encontro das dez competências gerais propostas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que visam educar o ser humano de forma integral.
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