Os termômetros nas alturas não afugentaram os devotos de São Sebastião Mártir. Eles acumularam-se ao lado da Igreja Matriz, no Centro de Venâncio Aires, na tarde desse domingo, 22, para acompanhar a missa campal seguida de procissão. A celebração é o ápice da programação do evento, que chegou à sua 147ª edição, envolvendo a comunidade e atraindo grande público.

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O casal Erlanda e Balduíno Becker, da Linha Grão Pará, faz questão de ir anualmente à cerimônia. Por morarem um pouco distante, abrem mão das outras atividades organizadas pelos festeiros, mas não deixam de ir à missa e à procissão. “Neste ano, temos uma agradecimento especial, porque nossa netinha nasceu prematura, então pedimos para que ficasse tudo bem”, diz Erlanda, ao comentar que a menina de cinco meses estava vestida de anjo.

Enquanto Erlando e Balduíno faziam as suas orações, acomodando-se à sombra o casal Selmira Hein da Silva e Darci da Silva, de Estância Nova, estavam mais próximos do altar, onde o bispo Dom Aloísio Alberto Dilli comandava o encontro de fé. “Ano passado também estava quente e fizemos o trajeto a pé, mas nesse ano vamos com calçados”, relembra Selmira.

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Camila Fett e Roberto Machado resolveram encarar o desafio de percorrer as ruas centrais da cidade descalços. Eles tiveram um motivo especial. “Pedi para o nascimento da nossa filha ser em parto normal e dar tudo certo. E assim aconteceu. Agora, a Lorena, de três meses, ficou em casa e nós vamos caminhar por ela”, diz a mãe. Eles foram com o filho Pedro Machado e o afilhado João Pedro.

Nos últimos metros do trajeto, uma cena inusitada surpreendia os caminhantes. Eles tinham que desviar de Valmor Pedro Justin, que se ajoelhou no asfalto e fez suas orações para São Sebastião. “É uma forma de agradecer e também de pedir. Agradecer pelo emprego, saúde e pedir para que venha chuva, especialmente para as plantações”, conta o morador do Bairro Aviação.

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“Deveríamos dar o exemplo”

Dom Aloísio Dilli reforçou a importância da igreja e do pensamento cristão em momentos de muita turbulência social. “Estamos em tempos difíceis de convivência fraterna. Nós, cristãos, deveríamos ser os primeiros a dar o exemplo de como conviver, mesmo pensando diferente, muitas vezes, mas jamais deixando de sermos irmãos”, afirma.

O bispo acrescentou que o papel da igreja deve ser de comunhão, não só em certos momentos da história e da vida. “Se hoje temos dificuldade de convivência, de formação de grupos antagônicos, principalmente quando se entra na polarização, nós devemos pregar a paz, porque Jesus Cristo é o príncipe da paz”, conclui.

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