Um grande grupo de pessoas se reuniu, no final da tarde desta quarta-feira, 7, na Praça Getúlio Vargas, em Santa Cruz do Sul, para protestar contra o racismo. O ato, promovido pelo Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir), com apoio da Prefeitura, Cooperativa de Catadores e Recicladores de Santa Cruz do Sul (Coomcat), Coordenadoria Municipal da Mulher e Movimento 4Black, contou também com a presença de lideranças municipais.
A mobilização ocorre cinco dias após o caso de injúria discriminatória que o garçom Renato Santos, o Renatinho, de 32 anos, sofreu no local de trabalho, o Santomé Bar e Restaurante, no Centro de Santa Cruz. Na última sexta-feira, 2, ele foi ofendido com diversos termos racistas proferidos por Rejane Maus, de 58 anos.
Na oportunidade, o proprietário do Santomé, Kléber Eduardo Grutzmann, de 35 anos, presenciou o fato e acionou a Brigada Militar (BM). Por volta das 15h30, os policiais prenderam a acusada pelo crime de injúria discriminatória. Mesmo diante do flagrante da BM e da homologação da prisão pela Polícia Civil, o Poder Judiciário concedeu o direito de liberdade provisória à mulher já no sábado, 3.
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Presidente do Compir, Vera Lúcia da Silveira comentou sobre a importância de realizar o evento. “Temos políticas e movimentos para tantos outros segmentos e grupos representativos, e a pessoa negra é relegada ao segundo plano. E o nosso conselho tem recebido um número muito grande de denúncias de ataques racistas que acabaram nos assustando. O copo estava cheio, o caso do Renatinho só derramou esse copo”, disse Vera.
Segundo a presidente do Compir, há 15 dias foi entregue à prefeita Helena Hermany um pedido para a criação de uma secretaria ou coordenadoria de direitos humanos e equidade racial. “Isso faria com que a pessoa negra do município não ficasse mais relegada ao segundo plano, pois teria esse direito e espaço de defesa da causa dela, porque é assustador o que estamos presenciando em Santa Cruz do Sul.”
Conforme Vera, há pelo menos 21 notificações de casos de injúria racial somente neste ano no município. De acordo com a presidente do Compir, a maioria não é registrada na delegacia porque ocorre em ambientes de trabalho e as vítimas têm receio de serem demitidas ou ficarem marcadas pelos autores.
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Renatinho, alvo das injúrias proferidas por Rejane Maus, compareceu no evento e foi abraçado pelo público. “Estou ainda bastante abalado e chocado. Mas ver o pessoal unido contra o racismo é sempre importante. É inadmissível em pleno século 21 aceitar isso. Tem que ter um basta. Não tem mais espaço pra esse tipo de coisa”, disse ele ao Portal Gaz.
Renatinho ainda comentou o apoio que vem recebendo. “Muitas pessoas de Santa Cruz e de outros municípios e estados entraram em contato comigo e prestaram apoio. Um amigo meu dos Estados Unidos me mandou um áudio falando sobre o caso. Agradeço todo mundo. Essa luta não é só minha, é de todos que sofreram.”
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