Na adolescência, em Vale do Sol, Thais Rediske nunca imaginou que as mãos que plantavam tabaco para ajudar a família seriam as mesmas que dariam beleza e estilo a muitas mulheres. Thais nasceu em Santa Cruz do Sul, mas viveu até os 14 anos em Vale do Sol. A mãe e o padrasto eram agricultores. Ela os ajudava na lida na roça. Sempre muito vaidosa, não ia à escola sem arrumar o cabelo e se maquiar.
Limpar as unhas também fazia parte do checklist, mas só aos 14 anos as pintou pela primeira vez. E foi justamente nessa idade que a vida dela começou a mudar. De volta a Santa Cruz, trazida pela madrinha, Thais concluiu os estudos na cidade. Além disso, desempenhou ofícios de babá e de empregada doméstica, além de atendente em uma loja.
LEIA TAMBÉM: FOTOS: veja quem são as novas soberanas de Sinimbu
Publicidade
Thais sempre gostou de arrumar cabelos. Ainda atuando como comerciária, ela resolveu fazer um curso de cabelereira. No entanto, na ida a uma loja de materiais para as aulas acabou comprando itens para fazer unhas. Foi quando resolveu deixar o trabalho de atendente de loja e se dedicar ao novo ofício. “Não tinha nenhuma pretensão em trabalhar com isso”. Thais recorda que a avó faleceu com 80 anos e que nunca pintou as unhas. “Ela não imaginava que eu poderia ganhar a vida fazendo as unhas de outras mulheres.”
Dos cabelos às unhas!
Morando em uma pensão, Thais começou a dar os primeiros passos como manicure. O atendimento era a domicílio e também onde ela própria residia. “Comecei a fazer as unhas das vizinhas, que foram falando para outras pessoas. Às vezes, atendia uma família inteira em uma residência”. E a clientela foi aumentando. No começo, o transporte era de ônibus ou a pé. Incentivada pelo dono da pensão, Thais comprou uma moto para otimizar o tempo e auxiliar na correria para atender a todas as clientes.
Depois de um tempo, Thais decidiu se mudar para um JK. A mudança também alterou o formato do atendimento: as clientes passaram a ir até ela. E esse foi só um dos vários lugares em que atendeu. Um duplex na Verena e o “apartamento no Sesi” são outros.
LEIA TAMBÉM: Pele seca versus pele ressecada: quais as diferenças e como tratar?
Publicidade
Durante um período, houve uma tentativa de outra experiência: a de trabalhar numa sala dentro de um salão de beleza. “Não era para mim. As manicures não são valorizadas nos salões, e não me sentia bem com isso”. Após sair do salão, voltou a atender no apartamento onde morava. “Ali, meu trabalho começou a ser mais profissional”.
Entretanto, surgiram mais mudanças. Os atendimentos passaram a ser em um duplex perto da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e Thais se tornou diretora de uma marca de cosméticos. Ela se dividia entre fazer unhas e vender os produtos. Um tanto desanimada com a profissão, nesse período, ela abandonou a carreira. Thais se desfez de todos os materiais necessários para ser uma boa manicure e trabalhou durante três meses em uma floricultura.
LEIA TAMBÉM: As aventuras de Gabi e Simoni: casal compartilha dicas e inspira apaixonados por viagens
Publicidade
Após esse curto hiato, não teve dúvidas: fazer unhas era seu propósito.
Virada de chave
Depois de passar um tempo longe dos esmaltes, Thais Rediske resolveu entrar em contato com uma conhecida que tinha um salão de beleza na cidade. Foram 100 esmaltações de mãos e 49 de pés em um mês. Quase todas as clientes retornaram ao atendimento.
LEIA TAMBÉM: Um trio de pura representatividade
Publicidade
Pouco tempo depois, Thais entendeu que precisava iniciar o próprio negócio. O primeiro espaço comercial foi aberto em 2018, na Rua Venâncio Aires, no Centro de Santa Cruz do Sul. Foram três anos com cinco manicures em atendimento. Por conta da demanda, o empreendimento precisou se mudar para um lugar maior, na mesma rua. E não parou por aí. Há um ano, uma segunda unidade foi instalada no München Open Mall, com a parceria do noivo de Thais, Felipe Limberger, que virou companheiro de negócios. Ao todo, são 13 profissionais nos dois espaços comerciais. E, neste mês, a empresa Thais Rediske Nail Spa completou cinco anos, oferecendo serviços de unhas, nail art, alongamentos e spa dos pés.
O diferencial de Thais
Desde janeiro, Thais não atende mais como manicure. A longa jornada diária se estendia das 7 horas às 23 horas, de segunda a sábado. “Nunca tive medo de fazer, de empreender”.
LEIA MAIS: Aventura em pauta: confira a edição de setembro do Caderno Elas
Publicidade
O marketing mais eficaz sempre foi o famoso boca-a-boca entre as clientes. As pessoas viam as unhas e queriam fazer com ela. “As pessoas sabiam qual era o meu estilo”, relembra Thais. O carro-chefe sempre foi a unha decorada (nail art), um referencial do nome “Thais Rediske”. Inclusive, Thais tem um método de nail art e de alongamento exclusivo, criado por ela, e, por isso, ministra cursos.
Aos 36 anos, Thais Rediske relembra que chegou a ter vergonha de ser manicure, mas os resultados da trajetória até aqui a fizeram ampliar a visão da profissão que exercia. Hoje, ela divide todos esses ensinamentos com a equipe de manicures que coordena. “Todas as meninas que trabalham nos espaços têm um plano de carreira”.
LEIA MAIS NOTÍCIAS DA EDITORIA ELAS
Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!