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Trajetória

FOTOS: conheça os artistas que conceberam o Cristo de Encantado

Com a base, Cristo Protetor terá 43 metros de altura e vai pesar entre 200 e 300 toneladas. Entre uma mão e outra são quase 40 metros

A estátua do Cristo Protetor de Encantado, no Vale do Taquari, já se tornou assunto de repercussão nacional mesmo antes de estar pronta. A imagem deve ficar totalmente concluída até o fim de 2021 e terá 37 metros de altura, com mais 8 metros de base, superando em tamanho o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. A obra, que começou a ser construída no topo do Morro das Antenas, 400 metros acima do nível do mar, em julho de 2019, promete uma vista privilegiada da Lagoa da Garibaldi e do Rio Taquari, tornando-se um ponto turístico. Ela foi concebida pela Família Moura – pai e filhos que trabalham com esculturas gigantes e monumentos em todo o Brasil.

A trajetória da família começou em Fortaleza, no Ceará, onde nasceu o artista plástico Genésio Gomes de Moura, hoje com 66 anos. Inspirado pelo irmão, que também trabalhava com arte, ele começou a desenhar na escola aos 12 anos. Criava imagens de figuras importantes, como Tiradentes, Castro Alves e Dom Pedro. Com 15 anos, ele passou a aprender entalhe em madeira e começou a trabalhar também com as esculturas de cimento. E lá se vão 40 anos.

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Após se mudar para Itajaí (SC), suas primeiras obras em cimento armado foram uma girafa de 5 metros e um marreco gigante para um shopping em Brusque (SC). Mais tarde, Genésio trabalhou nas esculturas do Beto Carrero e construiu algumas das estátuas da liberdade que ficam em frente às lojas da Havan.

De acordo com o filho de Genésio e também escultor, Markus Moisés de Moura, hoje o trabalho é dividido entre o pai e os dois filhos. “Somos de Fortaleza, mas crescemos no Sul. Fui estudar Educação Física em Minas Gerais e acabei trancando a faculdade para ajudar meu pai com o Cristo de Elói Mendes. Foi o primeiro trabalho que fiz.” Para a construção do Cristo Protetor, o artista de 41 anos está atualmente residindo em Encantado. O irmão mais velho, Matheus Rocha Moura, mora em Penha (SC) e trabalha para o Beto Carrero World, mas ajudou no início da construção do Cristo de Encantado, na fase de ferragem.

Já o pai mora no momento em Ituporanga (SC), onde está concluindo uma estátua de Nossa Senhora de Lourdes, de 40 metros de altura. Quando a obra estiver concluída, deve se juntar a Markus no Rio Grande do Sul para a finalização do Cristo Protetor. Assim a família se divide entre os trabalhos que estão em andamento, residindo sempre em cidades diferentes. “A gente vai conciliando os trabalhos. Quando surge uma proposta, a gente pega. Quando acabar o trabalho de Encantado, vamos para outra cidade”, conta.

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Dimensões

Genésio e Markus pesquisaram formas de diferenciar a estátua, adaptando as vestimentas e os braços, de forma que ele abraçasse a cidade. “O Cristo do Rio é uma obra de arte à parte, não há como comparar com nenhum outro no mundo. Já o Cristo de Encantado repete o gesto de qualquer ser que quer abraçar, ter sob sua proteção uma cidade que, assim como a humanidade, sabe o conforto que é se sentir protegido pelo que representa nos corações a figura do filho de Deus.”

Em geral a modelagem das esculturas leva cerca de um ano, mas depende do tempo e dos profissionais de acabamento disponíveis. Segundo Markus Moura, em um projeto como o do Cristo Protetor a equipe de trabalho é composta por cinco pessoas, incluindo auxiliares e colaboradores, mas aumenta na etapa de acabamento, quando são chamados pedreiros para a finalização. “Em uma obra dessa magnitude não existe isso de acompanhar de longe, tem que estar sempre presente. Eu e meu pai temos estilos idênticos, pois os traços que aprendi foi olhando os traços dele. Mesmo assim, sairia diferente da ideia dele, se ele não estivesse presente aqui.”

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O monumento é feito com cimento armado, realizado com ferragem e revestido com tela de passarinho, recebendo por fim o acabamento com massa de cimento e pintura. “É um trabalho inteiro totalmente artesanal, não é pré-fabricado e não existem fôrmas. A gente faz no local, dobrando os ferrinhos e dando forma”, conta. Como os braços da escultura são muito pesados e a 40 metros de altura não é possível utilizar andaimes, foi necessário esculpir as mãos e a cabeça separadamente e içar com um guindaste. Só a cabeça levou três meses para ser modelada, mede 7 metros de altura e pesa 40 toneladas.

Na escultura total, apenas a parte artística terá 37 metros de altura, sem contar um para-raios que vai ter um metro e meio acima da cabeça. “De uma ponta a outra das mãos, são 39,4 metros. O peso total da obra fica facilmente entre 200 e 300 toneladas”, explica. Em comparação com o Cristo Redentor do Rio, que mede 38 metros com o pedestal, o de Encantado terá 43 metros, já que a base é de 8 metros de altura.

Markus conta que tenta aperfeiçoar seu trabalho a cada dia, extraindo aprendizados. “O verdadeiro valor de uma obra de arte está no brilho dos olhos de quem a admira. Me sinto maravilhado, inspirado pelas belezas naturais do Vale do Taquari, e pretendo honrar o dom que deus me deu. Que essa obra possa ser usada para o bem.”

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Algumas obras da família

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