Ter a garantia da qualidade da matéria-prima utilizada no dia a dia. Esse é o objetivo do Grupo Sacyr ao organizar no Vale do Rio Pardo diferentes espaços para a produção do material que será utilizado na recuperação e duplicação da RSC-287. A empresa faz desde a britagem até a liga, a partir da borracha de pneus, usada na usina de asfalto. São diferentes pontos, em Santa Cruz do Sul e Vera Cruz, que foram apresentados nesta terça-feira para a imprensa regional.
O grupo partiu da sede da Rota de Santa Maria, na Avenida Independência, onde funciona o Centro de Controle de Operações. Na estrutura são observadas as imagens das cerca de 80 câmeras instaladas no trecho. O contrato de concessão prevê que todo o trajeto, entre Tabaí e Santa Maria, seja monitorado. Assim, serão 300 equipamentos monitorados por um sistema de inteligência artificial capaz de detectar situações anormais, como veículo parado na pista, acidentes ou presença de animais.
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A partir do que é observado no centro, além do contato direto do usuário, são deslocados os recursos para atendimento, como ambulância e guincho. Em média, 1,2 mil ocorrências demandam a presença da equipe mensalmente. Destas, 45% estão relacionadas a panes como danos nos pneus, rede elétrica, problemas mecânicos ou falta de combustível. Ainda sobre os números, 60 acidentes foram registrados em um mês e somam quase 120 dias sem óbitos. O último foi em 18 de janeiro.
Assim como a instalação de câmeras, outros equipamentos devem ser colocados na via, atendendo ao que regra o contrato de concessão. Entre eles, controladores de tráfego, que apontam quantos veículos passam pela rodovia – atualmente, 1,2 milhão por mês somando as praças. Também serão colocados sete radares e duas lombadas eletrônicas para controle de velocidade; e duas balanças para apurar o peso das cargas em caminhões.
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No pico das obras, 850 pessoas trabalharão
O fato de optar por produzir o material que será utilizado na recuperação e duplicação da rodovia faz com que o custo seja maior, ao mesmo ponto do controle de qualidade. Com isso, a demanda de profissionais deve ser ampliada. Atualmente, entre Rota de Santa Maria e Sacyr, são 650 trabalhadores, com a possibilidade de chegar a 850 no pico do trabalho.
Um dos exemplos de como será expressivo o aumento da equipe é a central de produção de elementos pré-moldados. Na estrutura, atrás da sede da Rota, são montados dispositivos utilizados na drenagem da via, como tubulação. Cerca de 50 pessoas trabalham no local e a estimativa é de chegar a 130, quando estiverem produzindo estruturas como as vigas para as pontes.
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Usinas de asfalto e britagem
Em Vera Cruz, a Sacyr tem instaladas as usinas de britagem e de asfalto. A primeira atua em diferentes fases para a adequação à necessidade da empresa, fazendo com que o produto final seja o ideal para a aplicação na via. “Optamos por ter o controle total do processo de produção para que tenhamos matéria-prima de qualidade e bons resultados na aplicação”, destaca o engenheiro civil e diretor-geral da Rota, Leandro Conterato.
Enquanto é feita a etapa de manutenção parcial, a equipe trabalha na produção e estocagem de material, a partir da utilização de equipamentos especiais, como o britador, que foi trazido do Uruguai. Do local, para a duplicação, serão extraídas 900 mil toneladas de brita, de um total de 2,6 milhões de toneladas. O restante será em pontos como Tabaí e Candelária.
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Outro equipamento trazido de fora do País está em processo de instalação: a usina de asfalto. A gigantesca estrutura de metal veio da Irlanda, onde o Grupo Sacyr também tem contrato para atuação. Nela é colocada a brita, que passa por um processo de secagem, pois a umidade é considerada uma inimiga do asfalto. Nessa usina é adicionado o produto ligante, que é resultado da moagem da borracha de pneus, feita por outra empresa do grupo. Bom para o asfalto e bom para a natureza, pela reciclagem.
Dentro da área de usinagem está montado o laboratório, que faz a pesquisa sobre as condições do solo e de tudo o que é produzido pela Sacyr. São oito auxiliares e outros dez laboratoristas. Eles verificam a durabilidade e condições de aplicação. Uma nova estrutura de avaliação está sendo erguida na sede administrativa.
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Base ruim
O trabalho de recuperação da RSC-287 tem sido motivo de muitas reclamações nos últimos dias, em especial pelo sistema de pare e siga, que faz com que grandes congestionamentos sejam formados em diferentes partes da via. Esse é um remédio ruim, afirma o diretor Leandro Conterato, que faz parte do tratamento para que se atendam as cláusulas contratuais da concessão.
A empresa está no período em que deve fazer a recuperação da estrada para, depois, iniciar a duplicação. Em algumas partes, porém, percebe-se que mesmo na área em que já atuou os problemas voltam e ficam acentuados. Conterato conta que isso é reflexo de uma série de fatores, principalmente a base ruim que aparece em diferentes trechos da 287.
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“No primeiro momento, é feita a substituição do asfalto para atender de forma mais imediata, mas em alguns casos é preciso mexer na base e até no subleito, por não ter uma boa estrutura ou por ter concentração de água”, ressalta. Toda essa busca pelo bom resultado é feita por uma equipe que mescla a expertise do Grupo Sacyr, com atuação em todo o mundo, com o acréscimo dos profissionais locais, que ampliam experiência na área.
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