Em meio aos prédios que se erguem entre o Centro de Santa Cruz do Sul e o Bairro Santo Inácio, um humilde estabelecimento, que poderia facilmente ser apelidado de “boteco”, se destaca, na esquina da movimentada Rua Coronel Oscar Jost com a Conselheiro Trockel. Com mesas e cadeiras de plástico na calçada, normalmente ocupadas por um fiel público que se entretém conversando, bebendo cerveja, petiscando e jogando cartas, o Benfica é referência na Zona Norte de Santa Cruz há décadas. Quase quatro delas sob o comando de Élton Breunig, o Muçum.
O espaço, antes um moinho de milho, hoje funciona como restaurante, bar, lancheria e açougue. E esteve em evidência nas últimas semanas, sediando o lançamento oficial do Bailinho da Borges. A escolha se deu justamente pela tradição do Benfica na cidade, em uma história de forte ligação com a comunidade, especialmente na antiga Verena, hoje parte do Bairro Santo Inácio, e arredores.
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O nome deriva de um clube de futebol fundado no bairro em 1965, que marcou época: o Benfica Futebol Clube, que teve Divo Rehbein como primeiro presidente e Antônio Soares como vice. Muçum conta que a equipe surgiu de um grupo de amigos que se reunia para fazer comida. O dono chegou a construir uma pequena lancheria no espaço onde hoje funciona o empreendimento, que também passou por outras administrações.
Muçum, após ter trabalhado por oito anos no bar de Lauro Sulzbacher, no Centro de Santa Cruz, assumiu o Bar Benfica em 1986. “Vim vendendo pastel, bolinho, lanche, cachaça. Aqui era só uma meia água, mas começou a dar movimento, aumentou”, conta. Ele também passou pela equipe de futebol, mas deixou o esporte em 2005 para se dedicar mais ao empreendimento. “Depois que eu parei, parou tudo”, revela.
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Se por um lado o time Benfica não viu mais seus dias de glória, com o bar Benfica foi o contrário. Muçum começou a servir também refeições, tanto almoços quanto jantas. E o movimento só foi aumentando. Além da clientela que se manteve, tendo os jogos de cartas como passatempo. “Tenho um cliente como amigo que há mais de 38 anos joga pôquer, todas as quintas-feiras.”
Atualmente, também são vendidos produtos coloniais, almoço em buffet livre, congelados, mocotó, feijoada e sopas. Contudo, são duas iguarias que fazem maior sucesso entre os frequentadores: o popular bolinho de carne, e a carne assada sob encomenda, aos domingos. Esta última já é servida pela casa há 30 anos.
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Mesmo que, de certa forma, o espaço se apegue ao passado, com objetos originais da época que foi erguido – como um relógio de mais de um século de idade e um baleiro com tampa de alumínio, Muçum visa o futuro. “Trabalhar eu não precisava mais, mas não consigo parar”. Após ter sediado o lançamento do Bailinho, agora ele pensa em sediar outros eventos no espaço. “Todo mundo gostou, e não tem nada desse tipo desse lado da cidade”, diz. Em 2 de março, já está previsto um evento no local, com a presença da Banda Bébi, de Rio Pardo.
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