Regional

Fórum debate medidas para reerguer o comércio gaúcho

O primeiro Fórum Estadual do Comércio, promovido pela Federação Varejista do Rio Grande do Sul, foi realizado nessa segunda-feira, 12, na Associação Leopoldina Juvenil, em Porto Alegre. O encontro teve painéis que trataram das ações necessárias para reerguer o comércio gaúcho após a enchente histórica de maio e discutiu políticas públicas de apoio à reconstrução e o desenvolvimento dos negócios. 

A iniciativa da entidade, ligada à Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), reuniu empreendedores do setor e líderes políticos, como o governador Eduardo Leite. O chefe do Executivo, que mediou o painel Reerguendo o Nosso Rio Grande, destacou a mobilização e afirmou que a reconstrução do Estado se dá especialmente pelo próprio setor privado. 

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“O Estado tem o papel de reconstruir pontes, escolas e estruturas públicas, mas a vida da nossa sociedade acontece a partir das relações privadas. O Estado tem que alcançar subsídios e apoios técnicos para que isso aconteça. Por isso estamos aqui, não apenas para falar sobre o que estamos fazendo, mas para ouvir quais são as demandas do setor para que possamos alinhar estratégias dessa retomada”, disse em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, que fez cobertura no local do evento.

Leite ressaltou que medidas como o Pronampe Gaúcho, direcionado exclusivamente para pequenas empresas situadas em áreas afetadas pelas enchentes, foram aportadas pelo governo. “Essas ações foram realizadas junto com o Banrisul para subsidiar juros e fazer operações de crédito, uma vez que o governo federal anunciou recursos para o Estado e não vieram. Então colocamos do próprio Estado para alavancar R$ 250 milhões de financiamentos de até R$ 150 mil para micro e pequenas empresas.”

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O presidente da Federação Varejista, Ivonei Pioner, destacou a atuação da CDL Santa Cruz durante a calamidade climática, prestando apoio de assistência básica e de reconstrução no pós-enchente. “O que foi feito pela CDL na região para as empresas se recomporem serviu de exemplo para o Estado”, comentou. 

Pioner ressaltou que a fase atual é de reaquecimento do varejo como um todo, mas a demora na liberação de recursos desafia essa retomada. “Temos que lutar pela desburocratização da concessão de crédito por parte dos órgãos do governo. Dos recursos prometidos, apenas  25% chegaram. O resto está parado por causa de protocolos e outros problemas, e isso faz muita falta”, concluiu.

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Combate à pirataria

Presente no evento, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Santa Cruz, Ricardo Bartz, enfatizou a importância do debate com o poder público, por ser um momento de discussão de meios e políticas para auxiliar o setor nesta fase de recuperação.

“As CDLs do Estado estão com várias pautas, e essa aproximação com o poder público é uma forma de termos as demandas atendidas, como a desburocratização. As empresas têm muita dificuldade em acessar os recursos do governo federal após alguns meses da catástrofe”, disse Bartz, que também é diretor de expansão da Federação Varejista. 

Outro ponto abordado por ele é a pirataria no varejo. Segundo Bartz, pacotes com itens que não são tributáveis acabam sendo comprados de países como a China, o que não contribui para a economia local. “Esses materiais que chegam sem ser tributados representam um consumo que deixa de ser feito no nosso comércio.”

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Prejuízo com a enchente chega a R$ 10 bilhões

Segundo a Federação Varejista, as perdas no comércio gaúcho devido às últimas enchentes, incluindo itens como instalações, estoque e mobiliário, e os prejuízos decorrentes do impedimento das vendas pelos eventos climáticos chegam a R$ 10 bilhões. 

Das 1,45 milhão de empresas ativas no Estado, 52,3% delas são MEIs, enquanto 34,3% são microempresas e 6% são empresas de pequeno porte. Com o evento dessa segunda, a entidade espera aproximar a cadeia do segmento dos principais articuladores das decisões que impactam o futuro dos negócios. 

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A calamidade provocada pelas enxurradas mobilizou a entidade a criar movimentos de ajuda tanto para as vítimas das enchentes quanto para o restabelecimento do comércio. Atualmente são três eixos de ação, os movimentos Reergue RS e Movimento pelo RS, além de uma campanha de estímulo ao consumo de produtos gaúchos.

Colaborou Ronaldo Falkenback

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Ricardo Gais

Natural de Quarta Linha Nova Baixa, interior de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais tem 26 anos. Antes de trabalhar na cidade, ajudou na colheita do tabaco da família. Seu primeiro emprego foi como recepcionista no Soder Hotel (2016-2019). Depois atuou como repositor de supermercado no Super Alegria (2019-2020). Entrou no ramo da comunicação em 2020. Em 2021, recebeu o prêmio Adjori/RS de Jornalismo - Menção Honrosa terceiro lugar - na categoria reportagem. Desde março de 2023, atua como jornalista multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, em Santa Cruz. Ricardo concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira (2016) e ingressou no curso de Jornalismo em 2017/02 na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em 2022, migrou para o curso de Jornalismo EAD, no Centro Universitário Internacional (Uninter). A previsão de conclusão do curso é para o primeiro semestre de 2025.

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