O selo que ilustra o início deste texto, aí ao lado, está gravado na história de Fabiano Peçanha pela sua participação no revezamento da tocha símbolo dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que serão de 3 a 21 de agosto. A meta dele era ir à Cidade Maravilhosa e competir pela terceira vez numa Olimpíada – foi semifinalista dos 800 metros rasos em Pequim 2008 e Londres 2012.
Porém, o índice de 1min46 para classificá-lo à prova não foi atingido até o final do prazo, no último domingo, e Fabiano optou por encerrar a carreira profissional de atleta. Agora, os novos objetivos dele ainda estarão ligados ao atletismo e ao esporte de modo geral, mas em outras funções, como a de coordenador da Associação Medalha de Ouro, entidade da qual é o idealizador e cuja equipe já colhe resultados bem expressivos nas competições.
Nascido em Cruz Alta há 34 anos, Fabiano iniciou no atletismo em Panambi pelas mãos do pai e treinador Jorge Peçanha, aos 10. “O pai mantinha um projeto em parceria com a Prefeitura que levava os atletas da cidade em competições. Então, o atletismo se apresentou para mim e eu não precisei ir atrás dele porque, afinal de contas, o pai trabalha com isso antes mesmo de eu nascer”, recorda. Fabiano teve a sua primeira conquista expressiva aos 15 anos, na São Silvestrinha, a Corrida de São Silvestre dos adolescentes, em São Paulo. “Ali, o Brasil e a minha família viram em mim um potencial atleta.”
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A carreira estava despertada e, em 2001, já morando em Santa Cruz e competindo pela Unisc, ele se tornou o primeiro gaúcho a conquistar um Pan-Americano Juvenil, em Santa Fe (Argentina), nos 1.500 metros. “A partir daí foram os anos dourados que vivemos aqui nesta cidade. Em 2003, a ida no Pan de Santo Domingo e uma recepção calorosa na volta, desde o Aeroporto Salgado Filho e o desfile em carro de bombeiros aqui”, lembra Fabiano, que foi bronze nos 800 metros naquela competição.
O ouro no Mundial Universitário de 2005 em Izmir, na Turquia, é especial para Fabiano. “Foi a grande conquista da minha carreira (também nos 800 metros). Mas não tem como deixar de citar as duas Olimpíadas, que são o objetivo de todo atleta. E conseguimos isso tudo sempre com a mesma forma familiar de trabalhar”, conforta-se.
Outro orgulho de Fabiano é a sua atividade social paralela ao atletismo. “É uma obrigação de todo atleta que tem condições fazer esse trabalho fora das pistas, dos campos e das quadras. Isso é que faz o encerramento da carreira não ser tão doloroso, pois há todo um projeto social com a AMO para me motivar. Para isso, não tem idade de aposentadoria”, frisa.
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