Você já se pegou abrindo a geladeira sem nem saber direito o porquê? Aquela vontade repentina por algo doce ou salgado que parece ser fome pode ter fundo emocional, acredita?! A correria do trabalho, lidar com relacionamentos e ir em busca dos sonhos faz com que se torne comum as emoções influenciarem a relação com a comida, criando um ciclo difícil de romper.
A fome emocional, segundo explica a nutricionista Carolina Nascimento, não nasce de uma necessidade fisiológica, mas sim de sentimentos como ansiedade, estresse ou tédio. Ela surge de repente, pedindo por alimentos específicos, como chocolates ou fast food, que oferecem conforto imediato. “Por outro lado, a fome física é a necessidade natural do corpo por energia e nutrientes. Ela aparece de forma gradual, acompanhada de sinais como estômago roncando ou fraqueza”, detalha.
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Conforme Carolina, a maioria das mulheres que ela atende, em uma faixa etária entre 25 e 45 anos, atribuem à ansiedade e ao tédio os principais gatilhos para a fome emocional. Após um dia cansativo, quem nunca buscou um pedaço de bolo ou um pacote de salgadinhos para “acalmar a mente”? “Ainda há as situações de frustração, onde sentimentos de raiva ou insatisfação pessoal geram um impulso por comer, não pela fome, mas pela necessidade de aliviar a tensão.”
Mas a sensação de alívio é temporária e, muitas vezes, dá lugar à culpa, criando um ciclo que parece impossível de quebrar. “Assim se cria uma relação de amor e ódio com a comida.” Outro ponto explicado por Carolina é que a busca por alimentos calóricos e ultraprocessados não é coincidência: eles ativam o sistema de recompensa do cérebro, liberando dopamina e proporcionando uma sensação rápida, mas passageira, de prazer.
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Esse comportamento pode trazer consequências sérias em longo prazo, como ganho de peso, aumento do risco de doenças metabólicas, como diabetes tipo 2, e hipertensão, além de baixa autoestima e ansiedade. Mas a boa notícia é que, com estratégias simples, é possível ressignificar a relação com a comida. O acompanhamento nutricional pode ser um aliado valioso nessa jornada.
Um profissional qualificado pode ajudar a identificar os gatilhos emocionais, corrigir carências nutricionais e criar estratégias personalizadas que respeitem as necessidades de cada estilo de vida. “O acompanhamento contínuo e a transformação de hábitos alimentares promovem uma relação mais saudável com a comida, fortalecendo a autoestima e proporcionando segurança emocional”, finalizou.
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Fome física x fome emocional
A fome física e a fome emocional apresentam sinais diferentes, e entender essas distinções é fundamental para criar uma relação equilibrada com a comida.
- Para saber se é fome física, pergunte a si mesma:
- “Meu estômago está roncando ou sinto um vazio no abdômen?”
- “Eu aceitaria comer uma refeição simples, como ovo, arroz, feijão e legumes?”
- “Faz mais de três horas desde a minha última refeição?”
- Para identificar a fome emocional, pergunte a si mesma:
- “Estou me sentindo ansiosa, entediada ou estressada?”
- “Quero um alimento específico e nada além dele vai me satisfazer?”
- “Sinto que estou buscando conforto ou distração na comida?”
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Identificar essas diferenças é essencial para promover uma relação mais saudável com a comida. Reconhecer os gatilhos emocionais e buscar outras formas de lidar com eles, como atividade física, acompanhamento nutricional, técnicas de relaxamento ou apoio emocional, pode ajudar a controlar a fome emocional. “O que percebo é que, muitas vezes, o que essas mulheres realmente precisam não é da comida em si, mas de momentos de cuidado próprio e estratégias para lidar com suas emoções”, aponta a nutricionista Carolina Nascimento.
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Estratégias
- Identificar os gatilhos emocionais: quando essa vontade de comer aparece?
- Praticar mindfulness: ao comer, concentre-se no momento e saboreie a comida, percebendo, além do sabor, texturas e aromas.
- Substituir a comida por atividades: quando a fome emocional bater, busque prazer em outras coisas, como uma caminhada, leitura ou música.
- Estabelecer uma rotina: planeje suas refeições e mantenha horários regulares para se alimentar.
- Escrever sobre os sentimentos: coloque suas emoções no papel, não no prato.
- Fazer pausas antes de comer: quando sentir fome, faça aquelas perguntas a si mesma e tome a decisão certa.