O Instituto Crescer Legal certificou 159 jovens do programa de Aprendizagem Profissional Rural na manhã dessa quinta-feira, 12. Com mais essas sete turmas formadas, o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), que organiza o projeto, celebrou a marca de mil jovens certificados no programa, fundado em 2015. O evento foi realizado no salão comunitário da Paróquia Ressurreição, em Santa Cruz do Sul.

A cerimônia reuniu formandos de diversas localidades, incluindo as cidades de Agudo, Gramado Xavier, Novo Cabrais, São Lourenço do Sul e Vera Cruz, além de Itaiópolis (Santa Catarina) e São João do Triunfo (Paraná). O ato foi acompanhado por familiares, representantes de empresas e autoridades como o presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing.

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“O dia de hoje é a prova contundente do sucesso do Instituto Crescer Legal. Quero agradecer a quem lançou a semente da oportunidade para esses jovens. Com empenho e dedicação, hoje podemos celebrar importantes marcos”, disse Thesing, que também é diretor-presidente do instituto. 

A gerente do Crescer Legal, Nádia Fengler Solf, falou sobre a iniciativa que, neste ano, abrangeu os três estados do Sul. “Tivemos a primeira turma no Paraná, uma em Santa Catarina e cinco no Rio Grande do Sul. Foi um ano muito especial.” Relembrou as dificuldades do ano, especialmente no Estado, onde municípios parceiros e aprendizes foram impactados pelas enchentes.

“Conseguimos superar tudo com união, parceria e uma equipe comprometida. A solidariedade dos aprendizes de Santa Catarina e do Paraná também foi essencial para transformarmos desafios em lições e conquistas”, frisou.

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Criado com o objetivo de oferecer desenvolvimento profissional a adolescentes do meio rural, especialmente filhos de produtores de tabaco, o instituto se consolidou como referência em aprendizado no campo. A iniciativa, que conta com 800 horas remuneradas entre março e dezembro, busca combater o trabalho infantil e ampliar oportunidades para jovens em suas comunidades. 

“Os aprendizes não aprendem sobre tabaco ou indústria, mas sim sobre a vida no campo, sendo remunerados por isso e frequentando a escola no outro turno. É uma grande oportunidade de desenvolvimento pessoal e profissional, sem que eles precisem deixar suas comunidades”, explicou Nádia.

Segundo Nádia, o programa espera ampliar sua atuação em 2025, passando a contar com oito turmas e atender 180 aprendizes. Além disso, serão expandidos os programas Nós por Elas e Boas Práticas de Empreendedorismo para Educação.

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Número 1.000 vai para morador do Paraná

O aluno Murilo Chaves, de 17 anos, morador de São João do Triunfo, no Paraná, viveu uma experiência inesquecível ao participar da formatura do Instituto Crescer Legal. Ele foi o estudante a receber o certificado de número 1.000, um marco histórico para a instituição.

“Foi uma das melhores experiências da minha vida. Nem nos meus melhores sonhos imaginava algo assim. Os ensinamentos foram inúmeros, as amizades… Tudo foi perfeito”, contou Murilo.

O jovem pretende aplicar os conhecimentos adquiridos durante o curso em sua propriedade rural. “O curso é voltado para isso, então vou aplicar tudo na minha propriedade. Estou muito orgulhoso de ser o aluno destaque entre tantos que já passaram e ainda passarão por aqui.”

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Murilo visitou Santa Cruz pela primeira vez para a formatura e ficou encantado com a cidade. “Nunca tinha vindo para cá, é uma cidade muito linda. Foi um longo caminho até aqui, mas valeu a pena.”

Nós por Elas forma dez jovens

Dez meninas egressas do Crescer Legal foram certificadas na oitava edição do programa Nós por Elas, que tem o objetivo de abordar questões de gênero no meio rural e promover maior conscientização sobre o papel das mulheres no campo. 

O projeto conta com apoios como da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). As estudantes são das cidades de Novo Cabrais, São Lourenço do Sul e Rio Pardo. O programa também contemplou meninas de Itaiópolis, Santa Catarina.

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Entre as formandas está Jamile Rodrigues Ferreira, de 18 anos. É moradora de Novo Cabrais e concluiu o curso intensivo. Durante três meses, ela e suas colegas participaram de videochamadas, onde desenvolveram roteiros e exploraram temas como protagonismo feminino e comunicação.

Jamile conta que as vagas são concorridas.  “A liderança do Crescer Legal sempre nos manteve informadas nos grupos de egressos, avisando sobre inscrições para projetos como o Nós por Elas. Fui escolhida entre muitos inscritos, e isso foi uma grande oportunidade para mim.”

O destaque do curso, para ela, foi a abordagem sobre o papel das mulheres na sociedade. “Falamos muito sobre protagonismo feminino, aprendemos a enxergar as oportunidades de um jeito diferente e a valorizar o espaço da mulher. Isso me fez crescer muito.” Durante o programa, as jovens também elaboraram boletins informativos para rádios e empresas parceiras do programa.

Colaborou John Kaercher Machado

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