A prefeita de Santa Cruz do Sul, Helena Hermany, se manifestou novamente sobre a Operação Controle no começo da tarde desta quinta-feira, 16. Em coletiva de imprensa no Palacinho, Helena declarou que tudo se trata de “uma armação política”. Ela ainda apresentou dados e justificou o que acredita ser o montante de R$ 47 milhões citado pela investigação do MP.
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A chefe do Executivo iniciou a fala reiterando que não teve acesso aos autos do processo, afirmando, inclusive, que teve negada pelo MP essa solicitação. Helena declarou ter avaliado documentos das obras citadas na imprensa, relacionadas com a operação, e chegado a um cálculo que explicaria o valor chamado de “prejuízo” pela investigação. “Foi um trabalho de pesquisa, de reflexão. Pensei: ‘Eu preciso chegar a alguma coisa’, e comecei a juntar os pedaços”, disse.
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Segundo Helena, a soma dos valores dos projetos da duplicação da BR-471 (lotes 1 e 2) e do Autódromo Internacional é de R$ 47.116.901,41. Ela alega que, até então, foram pagos R$ 13.368.936,05. Estes números teriam sido citados pelo MP como suspeitos de desvio, o que a prefeita rebate. “O promotor disse que foi dado prejuízo para o erário de R$ 47 milhões, mas está aí, são projetos sendo executados e outro que nem foi licitado ainda.”
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Uma das frases mais marcantes de Helena durante a coletiva de imprensa foi desferida após citar as declarações da vereadora Nicole Weber sobre a operação. “Ontem [quarta-feira] de manhã uma vereadora foi dar entrevista na rádio e ela mesma disse que foi ela que passou as informações [ao Ministério Público]”, lembrou Helena. “Foi uma grande armação política.”
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A prefeita recordou que são realizadas reuniões de alinhamento e acompanhamento de projetos semanalmente. “Nós temos sim controle”, declarou. “Eu fico chateada, porque a gente se preocupa com as pessoas que estão envolvidas. Eu quero fazer tudo pela comunidade, tudo que eu puder pelas pessoas, entidades e pela nossa comunidade, mas sempre tudo dentro da lei.”
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Helena reiterou a expectativa de rapidez no andamento do processo. “Espero que o Ministério Público não demore seis meses para dar um veredito.” Além disso, declarou a confiança nos secretários municipais e funcionários concursados da Prefeitura. “Se fizeram isso para me prejudicar, pode ter certeza que eu tô firme, tô forte, porque quem não deve não teme”, ressaltou.
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Apesar de alegar uma “armação política”, a prefeita declarou entender que a fiscalização é necessária. “O Ministério Público jamais ia se envolver nisso [na ‘armação’], mas recebeu as denúncias, está fazendo o seu trabalho”, disse. Questionou, entretanto, a forma como a operação foi conduzida. “Poderia ter sido feito de outra forma. […] O que foi atirado na imprensa, R$ 47 milhões de prejuízo, é uma coisa muito séria.”
O Ministério Público do Rio Grande do Sul, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), deflagrou na terça-feira, 14, a Operação Controle. A investigação apura fraudes em licitações, peculato e lavagem de dinheiro em Santa Cruz do Sul, especialmente em obras públicas.
A ação resultou no afastamento das funções públicas dos secretários da Administração, Edemilson Severo; do Planejamento e Governança, Everton Oltramari; do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Márcio Martins; e da Segurança e Mobilidade Urbana, Valmir José dos Reis; do vice-prefeito, Elstor Desbessell; e do líder do governo na Câmara de Vereadores, Henrique Hermany.
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VEJA COMO FOI A COBERTURA COMPLETA SOBRE A OPERAÇÃO CONTROLE
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