Faz parte do conhecimento comum que a adolescência é a fase da vida entre a infância e a vida adulta. Período de intensas transformações corporais e mentais com grandes oscilações de humor, impulsividade, distratibilidade, demonstrações de rebeldia e desobediência às normas. Na adolescência não há ainda o amadurecimento pleno de estruturas cerebrais fundamentais para o exercício responsável da vida adulta. Tanto é fato que os adolescentes têm limitações legais que os impedem e protegem. Ou tentam pelo menos. Adolescência é fogo.
Mas até onde vai a adolescência? Quando termina a infância? Quando começa a vida adulta? Há várias discussões no sentido de questionar as idades que compreendem este período. Temos observado uma precocidade no término da infância e um retardo no amadurecimento dos adultos. Então fazer 18 anos não é o fim da adolescência. Atingir a maioridade legal cronológica não é sinônimo de atingir a maturidade do cérebro a ponto de ser chamado de adulto.
A estrutura principal que gerencia nossas responsabilidades, comportamento, atenção, concentração, planejamento, estabelecimento de prioridades, antecipação de acontecimentos futuros e avaliação de risco é o córtex pré-frontal. Ter esta região cerebral desenvolvida, amadurecida e funcionando é fundamental para exercermos nosso papel de adulto.
O principal inimigo para o amadurecimento desta parte do cérebro são as drogas. A longo prazo a maconha é pior. Mas a verdadeira pólvora para o fogo da adolescência é a mistura de álcool e cocaína. E por causa disso, milhares de jovens perdem suas vidas em “acidentes” de trânsito que mais parecem suicídio/homicídio.
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O álcool e a cocaína potencializam todas as características da adolescência. Eles aumentam a impulsividade, reduzem a noção do perigo e amplificam as oscilações de humor, indo da euforia à depressão e vice-versa em poucos segundos. Fogo mais pólvora é explosão na certa. Não é à toa que a cada fim de semana temos em nossa região casos de jovens entre 18 e 24 anos que morrem por causa desta mistura ao “dirigir” (ou voar) seus carros e motos.
Levando em consideração que a adolescência, do ponto de vista de maturação cerebral, pode ser estendida até os 24 anos de idade, penso que devemos restringir o máximo possível o consumo de drogas. Se depois dos 24 anos já faz estrago, antes desta idade a explosão é bem maior. E o resultado pode ser catastrófico. E esse não é só trabalho da polícia, da escola ou dos “azuizinhos”. Esse papel é nosso como pais e família. Adolescentes não devem dirigir. Sob efeito de drogas, não podem dirigir de jeito algum. Mesmo tendo carteira ou mais de 18 anos. A vida deles e de quem está em volta depende disso.
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