Categories: CoronavírusRegional

Flexibilização do uso das máscaras divide opiniões entre especialistas

Pelo menos dez capitais brasileiras já derrubaram a obrigatoriedade da utilização de máscara contra a Covid-19, ou estão em tratativas para isso. Em alguns casos, como no Rio de Janeiro, o decreto municipal libera até em ambientes fechados, como no transporte coletivo e em escolas. São Luiz, no Maranhão, e Cuiabá, no Mato Grosso, não cobram o equipamento desde novembro do ano passado.

No Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite desobrigou as crianças, mas a Justiça, atendendo ao pedido de um grupo de pais, anulou a decisão. Enquanto isso, especialistas na área de infectologia têm opiniões divididas sobre a manutenção do uso. O que é consenso entre os profissionais é a necessidade da aplicação do esquema vacinal completo.

LEIA MAIS: Sociedade Gaúcha de Infectologia defende flexibilização do uso de máscaras

Publicidade

Essa atitude, entendem os médicos Alessandro Pasqualotto e Eduardo Sonda, tem feito com que o número de casos diminua, assim como a letalidade e a gravidade dos sintomas. Como consequência, tem reduzido o número de internações. Outra concordância é de que a doença deixará de ser pandêmica e permanecerá entre nós, como gripe e outras. Em entrevista à jornalista Maria Regina Eichenberg, na Rádio Gazeta FM 107,9, Pasqualotto e Sonda defenderam posicionamentos, contrário e favorável, à manutenção do uso de máscara, respectivamente.

A favor da liberação

O presidente da Sociedade Gaúcha de Infectologia, Alessandro Pasqualotto, cita a nota emitida pela entidade, na qual é defendida a flexibilização do uso da máscara. Mesmo a indicação não sendo um consenso entre os colegas, entende que é possível abrir mão do equipamento, pois os números de casos têm diminuído e as internações tiveram redução. “É hora de a sociedade dizer o que pensa. E o que pensa é que a Covid que temos, agora, não é a mesma doença que tivemos antes”, afirma, ao frisar que os sintomas estão mais brandos, como de uma gripe.

LEIA TAMBÉM: Desobrigação do uso de máscaras por crianças de até 12 anos divide a opinião dos pais

Publicidade

“O que a gente quer prevenir com a máscara? Quer prevenir gripe ou óbitos?”, questiona o profissional. “Para evitar os óbitos temos a vacina, que está funcionando muito bem”, responde. Pasqualotto diz que, em ambientes abertos, já não usa. “No início olhavam estranho, depois vi que não sou só eu. Muita gente já não está usando”, recorda.

Nos ambientes internos, porém, entende que pessoas sintomáticas, imunodeprimidas, com doenças crônicas, comorbidades ou idade avançada poderiam manter o hábito, porque são casos que costumam ter maiores consequências, em caso de infecção. “A doença está baixa em frequência. Havia a preocupação do Carnaval, por isso não nos pronunciamos antes, mas o que se percebeu é que não houve aumento”, justifica.

“Devemos aguardar mais um ou dois meses”, sugere médico

Atuando no Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul, o infectologista Eduardo Sonda percebe redução do número de casos, assim como diminuição da necessidade de internação. Quase a totalidade dos pacientes que precisam do suporte hospitalar são pessoas que não fizeram o esquema vacinal completo. “Temos visto pessoas dos grupos de risco, como idosos ou com comorbidades, que não completam as vacinas por causa das fake news. Nem todas vão para a UTI, mas acaba acontecendo”, destaca.

Publicidade

Acredita que a diminuição das médias, no entanto, ainda não serve de motivo para se flexibilizar o uso da máscara. Diz que os números são melhores, mas ainda há muita transmissibilidade e isso é ruim, sobretudo porque as crianças estão com baixa cobertura vacinal, pois começaram a ser imunizadas mais tardiamente.

Sobre a possibilidade de estabelecer um prazo para que o equipamento deixe de ser obrigatório, entende que é preciso antes baixar a transmissão. “Se for comparar com o ano passado, as escolas estavam até fechadas. Claro que houve a vacinação, mas acredito que devemos aguardar mais um ou dois meses”, pondera.

Sonda acredita que a mudança da classificação de pandemia para endemia é a demonstração de que a doença continuará viva, com movimentos sazonais, o que demanda a continuação da imunização periódica e até um eventual retorno do uso da máscara em outros anos. “Mas isso, só o tempo dirá”.

Publicidade

ACOMPANHE A COBERTURA COMPLETA SOBRE O CORONAVÍRUS

Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Publicidade

TI

Share
Published by
TI

This website uses cookies.