Categories: Francisco Teloeken

Fique atento: pandemia de fake news e golpes virtuais

“Desgraça pouca é bobagem.” Talvez nunca o ditado fizesse tanto sentido quanto agora, com a pandemia do coronavírus no Brasil. Além das consequências já vividas desde março deste ano, quando começaram a pipocar os casos de pessoas contaminadas e até mortas pelo coronavírus, governadores e prefeitos impuseram o isolamento social, com restrições de atividades, como forma de evitar que a doença se propagasse em escala geométrica, levando ao colapso do sistema de saúde.

Com relação à doença do coronavírus propriamente dita, além das internações hospitalares e até mortes, especialistas afirmam que o potencial de estrago indireto causado por boatos e teorias da conspiração é muito grande, bem maior do que é registrado. A BBC News investigou dezenas de informações erradas sobre a Covid-19, propagadas pelo mundo, inclusive no Brasil, e que resultaram em episódios de ataques, incêndios, mutilação e até morte de pessoas. Existem casos de pacientes que se envenenaram por ingestão excessiva de cloroquina, convencidas da eficácia do remédio, defendida até por presidentes de países, com base sabe-se lá em que.

No Irã, dezenas de pessoas morreram por tomarem álcool depois que viralizaram boatos sobre supostos efeitos terapêuticos da bebida sobre o coronavírus. Um americano ingeriu sabão desinfetante líquido, após ouvir a fala do presidente de que o produto de limpeza poderia eliminar o vírus em um minuto. No Reino Unido, mais de 70 torres de transmissão de telefonia celular foram vandalizadas por causa de falsos rumores de que a tecnologia de comunicação 5G seria responsável pelo coronavírus.

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No Brasil, diversas receitas “caseiras” de combate ou cura do coronavírus circularam pela internet. Uma das últimas é a receita do alho fervido; outra, a mistura de maçã, inhame cru e água de coco; ou, ainda, entre tantas, a exótica afirmação de que pessoas que usam maconha estão imunes à Covid-19.

Na área econômica, os efeitos estão sendo devastadores. Excetuados alguns segmentos, como o de supermercados,  favorecidos com um acréscimo na demanda, milhares de empresas, principalmente pequenas e médias, fecharam total ou parcialmente suas portas, reduzindo salários ou demitindo colaboradores.

Para minimizar o problema financeiro de pessoas que ficaram sem emprego ou sem sua atividade de sobrevivência, como os catadores de materiais recicláveis, o governo federal criou o auxílio emergencial de R$ 600, a ser pago em três parcelas mensais, além de outras liberações, como o saque de um valor do FGTS.

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A partir desses auxílios emergenciais, criminosos estão se aproveitando para aplicar golpes e roubar dinheiro que, certamente, vai fazer falta para muitas pessoas. A pessoa recebe um email, informando que o aplicativo da Caixa mudou e necessita de um recadastramento do número de celular. Para convencer o usuário a realizar a suposta operação, o email informa que tudo pode ser feito por SMS, sem sair de casa, alertando, todavia, que se o procedimento não for providenciado, o acesso ao internet banking e ao aplicativo da Caixa serão perdidos.

A recomendação é de nunca clicar em links dessa espécie, ainda mais que os bancos enviam e-mails para atualização cadastral. Na dúvida, entrar em contato com a instituição para verificar se há alguma pendência cadastral.

Golpes virtuais – roubo de dados pessoais, clonagem de cartões, entre outros – que já eram frequentes, dispararam com a pandemia. Com mais pessoas em casa por causa do isolamento social e aumento de operações no comércio eletrônico, as tentativas de fraudes virtuais estão em alta. O mais comum é aquele em que a pessoa recebe, de um amigo ou de algum contato, uma mensagem de WhatsApp pedindo ajuda financeira. A mensagem diz que está com problemas com o aplicativo do banco, não conseguindo efetuar depósito em sua conta, solicitando ao amigo a transferência de um valor com a promessa de devolver o dinheiro no dia seguinte.

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Outro golpe comum é alguém ligar perguntando se a pessoa fez uma compra num determinado valor. Diante da negativa do usuário, o meliante diz que é do banco e que, provavelmente, houve clonagem do cartão, prontificando-se a providenciar o bloqueio da operação. Para isso, passa dados do cliente, pedindo que os confirme, e solicita outros, nos quais inclui a senha do cartão que o cliente informa, sem dar-se conta. Para finalizar a “operação”, o meliante diz que um motoboy vai recolher o cartão, solicitando ao cliente inutilizá-lo, sem danificar o chip. De acordo com o diretor da comissão de Prevenção a Fraudes da Febraban, Adriano Volpini, “são golpes que parecem simples, mas muita gente cai.”

Nos últimos cinco anos, o mundo do cibercrime evolui e muda, constantemente, migrando para novas plataformas (canais de comunicação, produtos e serviços), já que os cibercriminosos procuram aproveitar novas formas de trabalhar e vulnerabilidades sistêmicas. Normalmente, quem rouba ou consegue os dados pessoais das pessoas não é quem aplica o golpe, o que dificulta a ação da polícia, mas não a impede. Cabe a cada um que utiliza os recursos tecnológicos inteirar-se de seus riscos, principalmente com relação à senha. Afinal, a tecnologia que facilita nossa vida é a mesma que serve aos meliantes.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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Naiara Silveira

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