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Fiocruz recomenda o início da imunização de crianças

A vacinação de crianças e de pessoas que vivem em locais remotos é uma estratégia importante para aumentar a imunização da população contra a Covid-19, de acordo com estudo divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A pesquisa foi submetida à Revista Brasileira de Epidemiologia e está disponível na internet.

Segundo a publicação, atualmente, cerca de 85% dos brasileiros podem se vacinar, se consideradas todas as pessoas com 12 anos ou mais. No entanto, desde setembro, o ritmo de vacinação da primeira dose no Brasil vem desacelerando. Nos dois meses seguintes ao dia 9 de outubro o ritmo caiu ainda mais, chegando perto do zero. Para os pesquisadores, isso poderia sugerir que a vacinação já está próxima do seu limite, com 74,95% da população imunizada com a primeira dose.

Diante desse cenário, o estudo aponta como forma de superar essa curva de estagnação ampliar as faixas etárias elegíveis à vacinação, com a imunização das crianças, e criar novas estratégias para aumentar a aplicação da primeira dose em pessoas que vivem em lugares remotos. Os cientistas acreditam que a estagnação tem maior relação com dificuldade de acesso do que com recusa em receber a vacina.

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Na última quinta-feira, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso da vacina produzida pela Pfizer em crianças com idade de 5 a 11 anos. Na sexta-feira o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48 horas para o governo federal manifestar-se sobre a atualização do Programa Nacional de Imunizações com a inclusão do novo público. O prazo, porém, foi ampliado até 5 de janeiro.

No último fim de semana, o Ministério da Saúde informou que irá decidir sobre a ampliação até essa data. Antes disso, será realizada uma audiência pública para discutir o assunto. Apesar da autorização da Anvisa para uso do imunizante Pfizer na nova faixa etária, ainda não há expectativa para o início das aplicações no País.

Se o ministério incluir as crianças no Programa Nacional de Imunizações em 2022, quem vai fornecer as doses para esse grupo, de acordo com a pasta, será a farmacêutica Pfizer. As doses serão específicas, com formulação diferente da usada em adolescentes e adultos.

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Sociedades médicas também são favoráveis

Após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar na semana passada a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos de idade, nessa terça-feira, 21, as sociedades brasileiras de Pediatria, Infectologia e Imunizações emitiram um parecer público favorável à vacinação do público infantil. O texto do documento afirma que os benefícios das vacinas no momento atual da pandemia superam os eventuais riscos e, por isso, recomendam o uso.

Os estudos apresentados pelas entidades para embasar o parecer mostram que, após a conclusão do esquema básico, a vacina da Pfizer nas crianças apresenta concentrações de anticorpos semelhantes às observadas em jovens de 16 a 25 anos. A eficácia é de cerca de 90%, considerando sete dias após a segunda dose, e a proteção dura pelo menos três meses.

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“Temos hoje mais de 5 milhões de doses aplicadas desse imunizante em crianças de 5 a 11 anos nos Estados Unidos da América (EUA) e em outros países, com dados de farmacovigilância não revelando eventos adversos de preocupação”, afirmam na nota. As entidades defendem ainda que a aplicação seja monitorada pela fabricante para acompanhar eventuais efeitos adversos, e também que sejam feitos estudos para comprovar a eficácia da imunização.

Apesar da recomendação, o Ministério da Saúde manteve sua postura de aguardar. Em entrevista coletiva, o ministro Marcelo Queiroga afirmou que o ministério não baseia suas decisões em manifestações externas. “Não é um comunicado público que vai fazer a pasta se posicionar de uma maneira ou outra”, disse, referindo-se a uma possível antecipação da oferta para a nova faixa etária. Pressionado pelos repórteres, Queiroga elevou o tom e afirmou que nenhuma sociedade científica baliza a conduta do Ministério da Saúde.

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