Quando se aproxima o dia 2 de novembro, o movimento nas floriculturas costuma ser maior. Mas Astério Konzen, do Mercadão das Flores, no ramo há 35 anos, aponta que as vendas no período que antecede o feriado de Finados diminuíram 30% em um período de cinco anos. Datas como Dia das Mães e Dia dos Namorados são mais rentáveis. Ele elenca motivos para a redução, como a melhor qualidade das flores artificiais no comércio; a ampliação da quantidade de pontos de venda – como supermercados e lojas de utilidades –; a menor durabilidade das flores naturais; a proibição de flores cortadas colocadas em vasos com água para evitar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti e o fato de que as pessoas visitam os parentes falecidos com maior frequência durante o ano.

“A tradição está em xeque. As pessoas mais antigas ainda costumam comprar flores e visitar os entes queridos no feriado de Finados. Mas no mundo moderno em que vivemos, quem mantém o hábito acaba indo ao cemitério várias vezes ao ano, por ser mais fácil”, observa Konzen. “Caiu a obrigatoriedade de ir no dia 2, faça chuva ou faça sol. Até o espaço na área das gavetas, por exemplo, é reduzido, cabem poucas flores. Quando falamos de pessoas bem jovens, a maioria sequer visita o cemitério. É uma tendência cada vez maior.” As variedades mais vendidas são crisântemos e kalanchoes. O preço de um vaso pode variar entre R$ 10,00 e R$ 20,00.

Para Noeli, a culpa pelo movimento menor é da crise econômica
Foto: Rodrigo Assmann

Já Noeli Teloeken, proprietária de floricultura há quase 20 anos, acredita que a crise prejudicou a venda de flores. Se antes as pessoas investiam mais, atualmente são comedidas. “Compravam quatro vasos para levar ao túmulo, por exemplo. Agora, a maioria leva um vaso, geralmente pequeno. Até em eventos percebemos que houve uma grande redução em arranjos e decorações”, explica. As vendas, segundo ela, se acentuam hoje, dia que antecede o feriado. Uma reclamação constante dos floristas é a venda por ambulantes sem permissão na frente dos cemitérios, o que prejudica o faturamento de quem investe e paga impostos para atuar de maneira formal.

Horários

Os portões do Cemitério Municipal ficarão abertos das 6 horas às 19 horas. O setor de administração vai funcionar entre 7h30 e 18 horas. Neste ano, a Secretaria de Transportes e Serviços Públicos providenciou melhorias, como a instalação de alarme e câmeras de monitoramento, e também realizou recadastramento, além de intensificar os serviços de costume que antecedem a data, como limpeza e pintura do local. Um dos pontos importantes é a eliminação de possíveis criadouros para o mosquito Aedes aegypti. O Cemitério Ecumênico da Paz Eterna ficará aberto das 7h30 às 20 horas. O escritório funciona das 8 horas às 18 horas. Os horários de cemitérios menores são semelhantes, com pequenas variações.