Há pouco dias passei a usar os chamados “carros de aplicativo”, comumente conhecidos como Uber. É uma empresa cujo nome se transformou em sinônimo de modernidade em termos de mobilidade urbana. Além de estar em processo de mudança do endereço profissional – o prédio-sede para onde me dirigia todos os dias estará em obras por ao menos um ano –, usar essa modalidade de transporte se mostrou algo mais cômodo, rápido e barato.
Usar ao menos duas vezes por dia o aplicativo reduz o estresse do trânsito, fenômeno mais intenso nos chamados horários de pico, que ocorrem no início da manhã e no final da tarde. Outra característica do Uber é a possibilidade de conversar com o (a) condutor (a) e conhecer histórias incríveis. Para um cronista, que faz do cotidiano inspiração… é um prato cheio.
LEIA TAMBÉM: Riscos da sala de aula
Publicidade
Na semana passada fui conduzido pela Sandra. Uma mulher com uns 40 anos de idade. Além de cautelosa no trânsito, ela se mostrou boa de papo. Assim eu não resisti à pergunta que parecia ter resposta evidente.
– Por acaso tu és da Fronteira? – indaguei.
– Sim! Estou há 20 anos em Porto Alegre, mas, como diz a minha filha, eu não consigo disfarçar este sotaque tão tradicional.
Publicidade
Ao ouvir o relato, lembrei de cada vez que chego a Brasília para visitar meu filho – onde estarei neste feriadão de 1º de Maio. Basta dar ”bom dia” para ouvir a pergunta:
– O senhor é do Sul, certo?
Outro condutor contou que, paralelamente ao trabalho de motorista, cria peixe em um açude da zona sul de Porto Alegre. Ele disse que na Semana Santa “forrou a guaiaca” ao vender mais de 200 quilos de filé.
Publicidade
– Apesar do lucro, a gente precisa se dedicar e não descuidar do dinheiro. Tudo precisa ser calculado na ponta do lápis. Do contrário, é prejuízo na certa! – ensinou com a sapiência típica de um analista da bolsa de valores.
LEIA TAMBÉM: Sim, somos culpados
A variedade de assuntos regula com a diferença de marca, modelo, cor e estado de conservação dos veículos que nos servem. Na última corrida da semana passada, entabulei um papo com um motorista de 50 e poucos anos. No começo ele foi reticente, mas aos poucos relatou suas experiências com diversas religiões e filosofias. Como fui receptivo e relatei a importância de termos tolerância, ao desembarcar ele sorriu e disse:
Publicidade
– Neste mundo cheio de ódio e desesperança, é sempre bom trocar uma ideia com pessoas que ouvem, falam civilizadamente e compreendem que tudo tem um único comando: Deus!
A sensibilidade na troca de ideias com o motorista não estava apenas no papo. Na direção, ele também mostrou paciência, compreensão e maturidade. Tudo que precisamos!
LEIA MAIS TEXTOS DE GILBERTO JASPER
Publicidade
Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!