Pode ter sido erro de julgamento, mas Conspiração e Poder, de James Vanderbilt, que estreia nesta quinta, 24, e Spotlight – Segredos Revelados, de Tom McCarthy, estrearam juntos no Festival de Toronto, em 2015. Spotlight surgiu logo como potencial indicado para o Oscar e, no fim, venceu o prêmio da Academia. Mas não foram poucos os críticos que selecionaram Conspiração e Poder – Truth/Verdade, no original – como melhor filme em Toronto. Esses entusiastas antecipavam indicações para Cate Blanchett e Robert Redford por suas criações dos jornalistas Mary Mapes e Dan Rather.
Corrigindo – deve (e não ‘pode’) ter sido erro de julgamento, porque o filme teve lançamento limitado nos EUA, faturou míseros US$ 2,9 milhões e foi defenestrado do Oscar e da vista dos espectadores. Ou a história não era tão boa como pensava o roteirista e diretor Vanderbilt, em sua estreia como realizador, ou o título brasileiro, que fala de ‘conspiração’, afinal tem a ver com o que pode ter ocorrido.
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Conspiração e Poder baseia-se numa história real, de 2004. Mary Mapes era produtora do lendário programa 60 Minutes, apresentado por Dan Rather. O presidente George W. Bush concorria à reeleição e ela investigava a conexão de sua família com o sinistro Bin Laden. Topou com outra informação explosiva – Bush filho teria usado ligações familiares e favorecimentos para servir na Guarda Nacional do Texas, em vez de ser enviado ao Vietnã, onde houve a carnificina que todos sabem.
A reportagem foi ao ar, e imediatamente contestada, porque baseada em documentos que teriam sido forjados. O filme adota o ponto de vista de Mary/Cate Blanchett. Ela investigada, tem sua credibilidade destruída como liberal empedernida que teria tentado atingir o presidente. A situação é muito mais complicada que a de Spotlight. Conspiração e Poder tem um grande tema – a imprensa -, mas está longe de ser o grande filme que alguns críticos, apressadamente, viram em Toronto.
Confira o trailer legendado:
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