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Filipino é diagnosticado com malária após desembarcar de navio em Salvador

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) divulgou nesta sexta-feira, 7, o laudo conclusivo sobre a situação do navio de bandeira holandesa que desembarcou em Salvador, no qual viajou o homem filipino com sintomas de Malária. O passageiro, de 45 anos, teve febre alta, dores de cabeça e dificuldade para respirar, ainda em alto-mar. No último domingo, 2, depois de chegar à cidade, foi encaminhado ao Hospital Aliança, da rede privada e, segundo a Sesab, somente no dia seguinte, 3, os exames conclusivos apontavam para o diagnóstico de malária.

Em nota, o Hospital Aliança confirmou a internação do paciente e o diagnóstico da malária, mas disse não poder “dar informações sobre o estado de saúde dele”, por falta de autorização do paciente. Além disso, foi informado que a unidade já notificou a Vigilância Sanitária, conforme determina a legislação.

Segundo o laudo da Sesab, o paciente esteve no continente africano, nos países da Nigéria, do Togo e de Gana e, por isso, a suspeita inicial era de alguma arbovirose, a exemplo de dengue,  da zika ou de chikungunya. Mas a persistência dos sintomas apontava para malária, porque ele deu entrada na unidade hospitalar com febre alta há mais de cinco dias, “calafrios, adinamia, mialgia difusa, cefaleia holocraniana, tipo peso e pontada, de forte intensidade e náuseas”.

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Desde a confirmação do diagnóstico, a “previsão de conclusão” do tratamento é “sete dias, visto que o paciente estava apresentando problemas hepáticos e respiratórios, bem como não foi previsto o retorno do paciente a suas atividades laborais”.

Investigação no navio

Uma vistoria completa no navio estava prevista para terça-feira, 4, por equipes do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do estado e do município, do Centro de Controle de Zoonozes da capital baiana e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O mau tempo, no entanto, impediu a conclusão da visita, concluída somente ontem, 6.

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Em conversa com o comandante da tripulação, as equipes apuraram um total de 24 pessoas na embarcação, durante a viagem. Todas com idade entre 20 e 65 anos, entre as quais apenas uma era mulher, de 36 anos. Durante 30 dias o navio esteve no Continente Africano e o comandante garantiu à equipe de vistoria que nenhuma das pessoas saiu da embarcação, “por medida de segurança” e que mantiveram “as portas e vias de ventilação de acesso aos dormitórios devidamente fechadas”. Não foi informado o trajeto da embarcação e nem o país de origem da viagem.

Todos os demais 23 tripulantes foram entrevistados pela equipe da força-tarefa, mas nenhum deles relatou febre, dor de cabeça ou outro sintoma da doença até o momento. Alguns entrevistados negaram ter visto mosquitos dentro do navio, outros alegam ter visto na área externa da embarcação, quando estiveram em Gana. Ainda em relação ao mosquito, o paciente que contraiu malária chegou a relatar uma picada na mão, durante uma ronda na área externa do navio, durante passagem por Gana, pela madrugada.

Além da entrevista com os tripulantes, a Sesab informou que todos tiveram material biológico coletado para análise laboratorial. Em nota, a Anvisa informou que foi realizada, também, a aplicação de dois produtos para a “desinsetização” e realização do teste “Gota Espessa” [método comum no Brasil para o diagnóstico da malária] em todos os tripulantes. Os demais detalhes da vistoria foram repassados pela Sesab.

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A situação do navio também foi analisada pela equipe e, segundo a Sesab, a enfermaria da embarcação não estava em boas condições sanitárias: a sala, com dois leitos, não tinha lixeira com tampa e pedal, o sanitário também não tinha a lixeira do mesmo tipo e nem sabão líquido. Na cozinha, os vegetais estavam armazenados “em caixa de papelão reaproveitado”, a câmara de refrigeração estava com “alimentos em caixas inapropriadas no chão”. Além disso, tanto na cozinha como na sala de ar-condicionado, foi detectada a presença de moscas.

Malária

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a Malária pode levar à morte, se não tratada a tempo e de forma adequada. A doença é “causada por protozoários, transmitidos pela fêmea infectada do mosquito Anopheles” e o tratamento é considerado simples e eficaz, desde que o diagnóstico seja preciso e em tempo.

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O MS informou que a maioria dos casos da infecção se concentra na região Amazônica: nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, de Rondônia, Roraima e  doTocantins. Nas demais regiões, o órgão sinaliza para poucas notificações, mas ainda assim, a doença não pode ser negligenciada, porque os casos de morte são mais elevados que na região considerada endêmica.

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