Filha de servidora, significado da marca e autor de painel para a Prefeitura: os bastidores da investigação

A Polícia Civil capturou nessa sexta-feira, 26, dois jovens apontados como autores das pichações que causaram transtornos a comerciantes da região central de Santa Cruz do Sul. A ofensiva foi coordenada pelo delegado regional Luciano Menezes e deteve os jovens nos bairros Bonfim e Universitário.

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Entre as provas apuradas na investigação do caso, e apreendidas na tarde de sexta, está um moletom vermelho usado por um dos autores no momento das pichações. Os delitos foram flagrados em imagens de câmeras de segurança. Dezenas de tintas tipo spray e uma máscara de proteção respiratória também foram confiscadas nos imóveis onde os dois residem.

A Polícia Civil identificou ainda uma jovem de 20 anos, que seria amiga do rapaz de 24 capturado no Bonfim. O outro jovem detido tem 23 anos. Os dois jovens detidos prestaram depoimento e alegaram que a verdadeira autora das pichações seria a estudante de 20 anos. Eles apenas a teriam acompanhado na região central no momento dos vandalismos.

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Delegado revela o significado de marca

Na entrevista à Gazeta do Sul, o delegado regional Luciano Menezes revelou bastidores da investigação que vinha sendo traçada ao longo dos últimos dias. Uma das marcas estilizadas pelo grupo, identificada em vários pontos no centro da cidade, é a palavra “Soda”. Segundo Menezes, em depoimento, um dos autores confessou que a palavra é uma forma abreviada da frase “só de arriação”.

“Eles estavam achando que isso é comédia, brincadeira. Vi o semblante deles agora, e a vergonha de terem perpetrado esses delitos”, salientou o delegado regional. A jovem de 20 anos, que estuda em Pelotas, foi intimada pela Polícia Civil a vir a Santa Cruz na semana que vem para prestar depoimento. Conforme Menezes, ela seria filha de uma servidora pública.

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Ainda segundo o delegado regional, o rapaz de 24 anos foi contratado no ano passado para prestar um serviço à Prefeitura de Santa Cruz. Ele pintou um painel na região central da cidade. Menezes preferiu não revelar qual foi a arte, para não indicar a identidade do autor. “Eles se definem como artistas, grafiteiros. Podemos ver que são indivíduos de cunho artístico, mas que saíram fora da perspectiva artística para vandalizar a cidade nesses casos.”

Conforme Menezes, os autores se dispuseram a reparar os danos e limpar a cidade. “Com essa operação, colocamos fim a esses delitos pontuais. Esse autores serão responsabilizados criminalmente. Devemos concluir o inquérito na semana que vem e encaminhar ao Judiciário para que sejam penalizados na lei.” Eles não devem ser presos em virtude de serem acusados de crimes de menor potencial ofensivo. “Acredito que, como ferramenta pedagógica, eles devem ser obrigados a reparar o dano e limpar as paredes que sujaram.