Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9 na manhã dessa quinta-feira, 25, a responsável pela 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Mariluce Reis, avaliou os avanços e as conquistas de 2023 e projetou 2024. Um dos principais desafios para o ano, disse ela, é a traumatologia de alta complexidade, uma área cujos recursos repassados são insuficientes para atender à alta demanda. O tempo de espera pode ser de vários anos a depender das necessidades do paciente.
Mariluce retomou um assunto que já foi abordado em outras ocasiões por Rafael Frederico Henn, presidente da Associação Pró-Ensino em Santa Cruz (Apesc), mantenedora do Hospital Santa Cruz (HSC) e da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Explicou que o dinheiro repassado à área de traumatologia serve tanto para os procedimentos eletivos como para urgência e emergência. “Com o número de acidentes de trânsito e outros que temos, os atendimentos de urgência e emergência tomam muito desse montante”, afirmou.
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Assim, o número de cirurgias eletivas pactuadas muitas vezes não é cumprido em função do esgotamento dos recursos disponíveis. Uma das alternativas é tentar junto ao Estado e à União um repasse maior. “Nada contra as motos, mas os acidentes com elas normalmente vão pra alta complexidade. Então, quando envolve prótese e todo o acompanhamento, isso custa muito caro”, detalhou a coordenadora. Diante dessa situação, o tempo de espera para as cirurgias eletivas pode ser superior a cinco anos, conforme a necessidade do paciente.
A fila atual, de acordo com Mariluce, ultrapassa as mil pessoas. Cabe destacar, contudo, que a lista de espera é macrorregional; isto é, contempla moradores dos municípios da 8ª CRS, sediada em Cachoeira do Sul. “Às vezes conseguimos fazer 15 cirurgias mensais, em outro mês são 11, mas ao mesmo tempo chegam mais 20, então temos dificuldade em reduzir essa fila.”
O custo das intervenções é mais uma barreira que torna esse avanço lento. A coordenadora relatou que já houve situações em que uma única cirurgia consumiu a metade de todo o dinheiro disponível, por se tratar de um caso de múltiplas fraturas em diferentes partes do corpo. “Por mais que a gente consiga mais recursos, o custo da prótese também aumentou, os procedimentos estão mais caros, então nunca é suficiente, é uma bola de neve.”
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Novas habilitações ampliam a capacidade de atendimento
Apesar das dificuldades, 2023 também foi um ano de conquistas para a saúde do Vale do Rio Pardo. Uma das principais demandas, a urologia está com referência no Hospital Santa Bárbara, em Encruzilhada do Sul. Além disso, o Hospital Regional do Vale do Rio Pardo está em processo de compra dos equipamentos para se habilitar. O Hospital Beneficente Sinimbu inaugurou a Unidade de Cuidados Prolongados, e o Hospital Vera Cruz passou a ser referência em Retaguarda Clínica em leitos para o Estado.
Mariluce destacou um repasse extra de mais de R$ 6 milhões por parte da Secretaria Estadual da Saúde, para ajudar no custeio dos serviços prestados por várias instituições da região. O dinheiro chegou em dezembro e ajudou sobretudo no fechamento das contas anuais. “É muito caro para um hospital ter que prestar todos os serviços que foram pactuados”, frisou.
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Para 2024, uma das grandes expectativas é a reforma do Hospital Regional do Vale do Rio Pardo, que será viabilizada com recursos do programa Avançar na Saúde. “Nós já havíamos anunciado, mas ainda não começamos porque só agora a planta foi aprovada.” Serão mais de R$ 3 milhões disponibilizados para fazer atualizações na casa de saúde. Entre os pedidos de habilitação, destaque para os ambulatórios de dermatologia no Hospital Monte Alverne e no Hospital Beneficente Vale do Sol, que também busca ser referência em pneumologia.
*Colaborou Ronaldo Falkenback
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