A contagem regressiva já pode ser feita: faltam nove dias úteis – e, portanto, de atendimento – para o encerramento do prazo para realizar o recadastramento biométrico em Santa Cruz do Sul, no dia 11 de março. E os santa-cruzenses sentiram o peso da proximidade, se aglomerando em uma fila gigantesca que já dobra duas esquinas e chama atenção no Centro de Santa Cruz do Sul.
Saída de frente do Cartório, aproximadamente do meio da quadra da Rua Ernesto Alves, a fila de pessoas sobe a Rua Ramiro Barcelos e ainda dobra na Rua Venâncio Aires. Às 8h15 desta sexta-feira, 28, antes mesmo da abertura do Cartório, a fila já passava da parada de ônibus na quadra entre a Júlio de Castilhos e a Ramiro. A distância, nesse horário, era de cerca de 200 metros.
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Esta é, inclusive, a última sexta-feira em que o atendimento começa ainda pela manhã, às 9 horas. A partir da semana que vem, conforme o coordenador da Central de Atendimento ao Eleitor, Marcelo Freitas, o atendimento será do meio-dia às 19 horas de segunda a sexta-feira. Os atendimentos também serão, segundo Freitas, exclusivos para a realização da biometria, a fim de diminuir a fila, já que esperam no local também pessoas que precisam de outros serviços.
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Até essa quinta-feira, 27, quando houve a última atualização, 80.279 eleitores santa-cruzenses – do total de 103.638 – haviam feito a biometria. O número corresponde a 77,46%, conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mesmo que tenha aumentado, a porcentagem ainda resulta em um número expressivo de 23.359 pessoas que ainda não passaram pelo processo.
Logicamente, com o limite de 400 atendimentos diários, o Cartório Eleitoral de Santa Cruz do Sul não terá capacidade física e de pessoal para atender a todos os eleitores que ainda precisam cadastrar a digital. Fazendo uma conta simples, de divisão dos 23 mil eleitores restantes pelo número máximo de atendimentos diários, estima-se que seriam necessários pelo menos 58 dias para cumprir a totalidade do eleitorado – prazo bem distante dos atuais nove dias úteis que ainda restam de atendimento.
Essa realidade, conforme o coordenador da Central de atendimento ao Eleitor e chefe da Zona 162, Marcelo Freitas, acarretará na prorrogação do período que, atualmente e oficialmente, vai até o dia 11 de março. “A conta não fecha. Provavelmente o Tribunal Eleitoral vai estender este prazo, ninguém vai ficar sem atendimento”, disse Freitas, em entrevista à Rádio Gazeta na última semana.
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“Eu atendi 75 mil pessoas em 11 meses, então, nos últimos 20 dias, tem 20 mil pessoas para trás. Mesmo que a gente quisesse atender das 8 horas à meia-noite, a gente não iria conseguir satisfazer todo mundo”, determinou.
Há, inclusive, limites de pessoal para que o atendimento seja superior ao realizado hoje. “A gente vai estender o prazo, mas não tenho como aumentar o limite de atendimento, principalmente porque quem que faz o atendimento são estagiários, e eles têm uma carga horária de 6 horas, têm aula à noite”, explicou Freitas. Além disso, há limite físico.
Uma das solicitações mais recorrentes é quanto à possibilidade de levar os atendimentos para o Ginásio Poliesportivo, por exemplo, para acomodar melhor quem precisa esperar na fila. Essa opção é completamente descartada pelo coordenador da central.
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“Temos nove guichês de atendimento, que estão conectados por um link com o tribunal e com o TSE, em Brasília. Essa parte de informática não temos como retirar dali, mesmo que a gente quisesse. A gente não tem como aumentar o número de guichês”, explicou.
“O problema real é que as pessoas que estão hoje na fila são as que não vieram 11 meses atrás. Eu não tenho como equacionar isso. Aliviar o desconforto, não tem como fazer. E as pessoas que estão trabalhando, do outro lado, são seres humanos. Atendemos um eleitor a cada 10 minutos, por seis horas. É complicado, repito que as pessoas precisam ter paciência neste momento. Quem não queria enfrentar fila deveria ter vindo antes.”
Ele ainda ressaltou que os eleitores foram chamados para o recadastramento ainda nas eleições de 2018. “Nas eleições passadas nós tivemos o trabalho de fazer 120 mil bilhetinhos. Dentro das seções eleitorais cada pessoa recebeu um bilhetinho, dizendo um prazo para comparecer, uma data específica. Cerca de 10 a 15% dessas pessoas compareceram. Essas pessoas não enfrentaram fila nenhuma”, finalizou Freitas.
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E quem precisa de outro atendimento?
Com a exclusividade de atendimento a partir da próxima segunda-feira para a biometria, apenas casos de urgência dos outros serviços serão atendidos pela equipe do cartório eleitoral. Por isso, a orientação é de que novos títulos de eleitor, transferências ou revisões sejam feitas apenas depois do dia 11 de março, até para que o público não precise enfrentar as filas gigantescas. O prazo para estes serviços serem realizados é o dia 6 de maio.
Será que eu preciso?
Como nas últimas eleições foram importados dados do Instituto Geral de Perícias (IGP) para a votação com biometria, muitos eleitores não sabem se devem ou não fazer o cadastramento biométrico. “Não basta o eleitor ter votado com a digital em 2018. Isso não supre o recadastramento biométrico”, comentou Freitas.
Ele afirmou que o eleitor também não deve confiar nas informações buscadas apenas na internet. “Ao consultar a sua ‘situação biométrica’ na internet pode constar ‘biometria coletada’, o que também não significa que ele está dispensado de vir ao cartório, se ainda não veio.”
O modo mais confiável de o eleitor saber, enfim, se precisa ou não ir até o cartório, é conferir o próprio título de eleitor. Se houver a inscrição “identificação biométrica”, no canto superior direito, ele não precisa fazer o recadastramento. Caso não conste a inscrição, é preciso ir ao cartório.
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