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Fiergs defende que agenda econômica deve ser prioritária

O presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor José Müller, defende que a agenda econômica tem que ser prioritária em 2016, para o Brasil começar a retomar o crescimento após um ano de paralisia, em que o Produto Interno Bruto (PIB) deverá fechar com uma queda de 3,5%. Há condições para isso, segundo destacou nesta terça-feira, 8, durante a apresentação do Balanço 2015 e Perspectivas 2016 da Economia, realizada na Fiergs. “A crise política freia a solução dos problemas econômicos. Esperamos um desfecho bem rápido para que, com amplo entendimento, possamos apresentar medidas importantes a serem votadas pelo Congresso Nacional”, disse. 

Segundo Müller, as condições para que o País saia da crise e volte a retomar melhores níveis de atividade partem de alguns pontos fundamentais: há ociosidade da capacidade instalada, a taxa de câmbio atual é mais favorável aos exportadores e existem profissionais de qualidade disponíveis no mercado. “Temos uma capacidade ociosa na indústria, não existe a necessidade de novos investimentos para aumentar a produção”, observou o presidente da Fiergs, entidade que representa mais de 100 sindicatos industriais de todos os segmentos produtivos. 

A Unidade de Estudos Econômicos (UEE) da Fiergs elaborou três cenários possíveis para o País no próximo ano. “Vivemos a maior recessão da história da economia brasileira em 114 anos”, alertou o economista-chefe da Fiergs, André Nunes de Nunes, ressaltando que a participação da indústria de transformação no PIB brasileiro caiu de 15% para 11,4% entre 2011 e 2015. Ao fechar o ano, a queda estimada para a indústria nacional é de 7%, enquanto a gaúcha deve sofrer com perdas de 9,1%. 

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De acordo com a UEE, o cenário base para 2016 é de nova recessão para o Brasil, com queda de 2,5% do PIB, menos intensa que 2015 (-3,5%).  Nesse cenário, o consumo das famílias tende a manter a trajetória de retração, acompanhando o aumento do desemprego e a diminuição na renda real. 

No caso do Rio Grande do Sul, o cenário base contempla um recuo ainda mais significativo do nível de atividade: a queda projetada de 2,8% do PIB neste ano deverá alcançar 3% em 2016. A agricultura colherá uma safra boa (perto da recorde), mas insuficiente para impulsionar o crescimento do PIB. Além disso, a parada da atividade do setor público estadual e o risco de atraso de salários do funcionalismo deverão permanecer. 

No cenário superior, uma recuperação em nível nacional pode começar lentamente e a retomada um pouco mais forte da atividade no segundo semestre indica um resultado de estagnação para o ano que vem. Dentro desse melhor cenário, o Rio Grande do Sul apresentaria uma pequena queda
(-0,5%), limitada pelo ritmo da recuperação do Brasil. 

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No cenário inferior, não está descartada a possibilidade de a redução na atividade brasileira se intensificar. Para isso, haverá um agravamento da crise política e fiscal, bem como a total paralisia do setor público. O desemprego pode surpreender negativamente e a confiança dos consumidores e dos empresários continuará em declínio. O PIB do País fechará com uma diminuição de 4%. O contexto macroeconômico será o mesmo para o Estado (-4,5%).

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