Nos últimos três dias, Santa Cruz do Sul voltou a ser a capital do tradicionalismo. Acostumado a sediar o Encontro de Arte e Tradição Gaúcha (Enart), o município recebeu, entre sábado, 13, e segunda-feira, 15, o Festival dos Festivais. O evento inédito reuniu, além do Enart, o Festival Gaúcho de Danças Tradicionais (Fegadan) e o Festival Gaúcho de Chula (Fegachula), realizados anualmente na Serra. Idealizado pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), o objetivo do Festival dos Festivais era proporcionar a retomada dos eventos artísticos no Rio Grande do Sul.
A avaliação dos organizadores é positiva. Segundo o coordenador da 5ª Região Tradicionalista (5ª RT), Luiz Clóvis Vieira, mais de 3,5 mil pessoas passaram pelo Parque da Oktoberfest ao longo dos três dias. Esse número inclui participantes e público pagante. Símbolo da retomada das atividades tradicionalistas após as restrições impostas pela pandemia de coronavírus, a programação serviu para abrir caminho para a realização de mais eventos. “A sensação é de mais uma missão cumprida”, disse.
A centralização dos três festivais em um só, para Vieira, promoveu uma integração maior entre os diversos tipos de manifestações culturais presentes no tradicionalismo. E segundo o coordenador, a ausência do público em maior número, que costumava lotar o Ginásio Poliesportivo durante o Enart, não atrapalhou o espetáculo dos artistas que se apresentaram nos três palcos montados no local. “O calor do ginásio não é tão grande, mas a felicidade em estar de volta ao palco dá energia aos artistas”, disse.
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No início da noite de segunda-feira, 15, foram realizadas a cerimônia de encerramento e a premiação dos vencedores das modalidades individuais. Na oportunidade, o presidente do MTG, Manoelito Savaris, disse que a realização do Festival dos Festivais representa o renascimento do Rio Grande do Sul no que diz respeito às atividades artísticas tradicionalistas. “Por este palco passou o que de melhor tem no Estado e, assim, reunindo os três eventos, atingimos nosso objetivo principal.”
Ao todo, 47 grupos de danças tradicionais participaram do Festival dos Festivais. “O Rio Grande do Sul entendeu nossa proposta. Mesmo sem competição as entidades se dedicaram, se emocionaram”, comentou. Segundo Savaris, esse evento inédito também foi único, já que no ano que vem a ideia é retomar o Enart no formato tradicional. “Em 2022, faremos o maior Enart que o Estado já teve”, afirmou.
O Festival dos Festivais é uma realização do MTG com apoio da 5ª RT, Associação Tradicionalista Santa-cruzense (ATS) e Amigos Net. O Município de Santa Cruz do Sul e a Philip Morris patrocinaram o evento e o financiamento foi do Pró-Cultura RS.
A volta ao palco
A modalidade que mais chama a atenção do público é a de Danças Tradicionais. Neste ano, porém, não houve competição entre os grupos, devido ao tempo reduzido que tiveram para preparação e, também, porque não foi possível realizar as fases classificatórias do Enart, que acontecem ao longo do ano. Isso proporcionou aos dançarinos uma sensação diferente da vivida em anos anteriores. “Eles dançaram porque amam isso, sem nenhuma preocupação”, comentou o coordenador da 5ª RT, Luiz Clóvis Vieira.
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Para a dançarina da União Gaúcha João Simões Lopes Neto, de Pelotas, Natália da Silva Ereias, de 34 anos, o retorno ao palco do Enart nesta proposta inédita foi emocionante, pois possibilitou a ela reviver momentos marcantes vividos em outros anos. O grupo apresentou, no fim da tarde dessa segunda-feira, duas coreografias históricas, dançadas nos Enarts de 2001 e 2011. “Só nos trouxe boas lembranças e esperança por estarmos conseguindo sair aos poucos da pandemia, levando felicidade a todos que estão nos assistindo”, disse.
Natália não escondeu a emoção… …pela oportunidade que teve de reviver momentos marcantes e voltar ao palco
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