Nas décadas de 70 e 80, Santa Cruz do Sul viveu períodos de intensa produção musical e de revelação de ótimos compositores e intérpretes. Isso graças aos festivais de música, inicialmente promovidos pelo Colégio Estadual Ernesto Alves de Oliveira e pela Uesc. O palco foi o Cine Apollo.
Depois de uma pausa, eles voltaram em 1980, com a organização do Leo Clube, tendo o Cine Victória como palco. O 1º Festival da Canção do Vale do Rio Pardo (FeLeo) ocorreu em junho de 1980, consagrando músicos locais. O 1º lugar coube a Virginia e Miguel Beckenkamp, com a música Olhe o mundo. Em segundo, ficou Marcelo Seffrin, com Paraíso, e em terceiro, Paulo Petry e Ricardo Richter (grupo Em Cima do Laço), com Ferida aberta.
A música mais popular foi Boi de ilusão, de Max Montiel Severo e Paulo Petry, com o grupo Em Cima do Laço. O prêmio mais cobiçado foi a gravação do disco (LP) Nosso trabalho, patrocinado pela Pitt. Alguns exemplares ainda estão de posse de participantes e colecionadores.
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O segundo festival (Canto Livre) foi realizado em 1981, aí já recheado de músicos de fora. O primeiro lugar ficou com João Barreiro, de Vitor Hugo e Grupo Carqueja. Em segundo, Nega, de Livindo Ribeiro e José Barbosa, com interpretação de Alcemiro dos Santos. Em terceiro, situaram-se Miguel e Marcelo Beckenkamp, com a música América.
Em 1982, ocorreu o terceiro e último FeLeo, também com muita gente de outras cidades. O grande vencedor foi Leo Gomes de Almeida, com Tio Ary. O segundo foi Cavaleiro, de Luiz Hermann, e, em terceiro, colocaram-se Silvana e Marcelo Seffrin com Tempestade.
Segundo os organizadores, os altos custos com premiação, estrutura de palco e hospedagem inviabilizaram a continuidade do projeto. Ao contrário de outros festivais nativista que ocorriam pelo Estado, em Santa Cruz o foco foi a música urbana.
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