A comunidade do atual município de Vera Cruz acordou emocionada e ansiosa naquele dia 7 de junho de 1959, dentro do script que a Gazeta do Sul já descrevera em sua edição do sábado, dia 6: “Será cumprido um programa que se iniciará com a alvorada, às 6 horas, e terá seu término às 18 horas, com o arriamento do Pavilhão Nacional”, antecipava a Gazeta daquele fim de semana em sua página 8. Era o coroamento de um longo processo na expectativa de obter a autonomia política e administrativa em relação ao município-mãe, Santa Cruz do Sul.
Naquele começo de junho, enfim, tudo se concretizava, para emoção especialmente de todos os que haviam se engajado na campanha emancipatória. A Comissão era integrada pelos senhores Jacob Blész, presidente dela; Arno Hepp, Alvino João Schmitt, Ari Ernesto Gruendling, Ilgo Adi Henn, Norberto Otto Wild e Armindo Losekann, tendo ainda Osvaldo Kurz como secretário.
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Era o coroamento da existência da Vila Teresa, que surgira como Faxinal de Dona Josefa; recebera, desde os primórdios da colonização alemã nessa região, ainda em 1850, muitas famílias de imigrantes, e que sempre fora intimamente ligada a Santa Cruz, para sempre a sua coirmã.
O povoado de Vila Teresa foi criado em 1858, e teve seus nove primeiros quarteirões definidos em 1866. Com a aprovação da emancipação, a fundação do município, deixando de ser distrito de Santa Cruz, aconteceu em 30 de janeiro de 1959, pela Lei Estadual no 3.697. Mas o aniversário efetivo é comemorado em 7 de junho, o dia da instalação solene.
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E lá estava a equipe da Gazeta, que também acabara de comemorar seus 14 anos de existência, para contar tudo em detalhes para os seus leitores na edição de terça-feira, dia 9. “No Salão Kurtz, as brilhantes cerimônias do compromisso dos componentes da Câmara de Vereadores e do Prefeito e vice-prefeito”, descreveu a edição. “O Legislativo foi empossado pelo Juiz da 40ª Zona Eleitoral, dr. Paulo David Torres Barcelos”, acrescentou. E trouxe ainda as primeiras manifestações do prefeito Nestor Henn: “Austeridade, economia e inovações”, as prioridades.
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A Gazeta do dia 9 de junho de 1959 enfatizou sua presença na solenidade: “Na manhã de ontem, nossa reportagem visitou a Prefeitura Municipal de Vera Cruz para um primeiro contato com o prefeito Nestor F. Henn, após a sua posse. Não entramos em detalhe com o prefeito Nestor, mas sabemos que os serviços públicos de Vera Cruz serão de um tipo revolucionário, permitindo máxima economia”, reforçava o jornal, que ainda dedicou espaços na sua página 2 para detalhar a instalação de Vera Cruz. Estava, ali, para sempre efetivada a profunda relação da comunidade de Vera Cruz com a Gazeta do Sul, como empresa que detalharia, ao longo dos 61 anos seguintes, a vida social, cultural e econômica desse município.
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O novo município de Vera Cruz viveu horas de vibração cívica com a instalação, domingo, dos poderes municipais. Com os atos solenes de domingo, a novel comuna desmembrou-se definitivamente do município de Santa Cruz do Sul, passando a ter vida autônoma como unidade municipal. De todos os quadrantes do novo município afluíram moradores, integrando comissões, para assistir os atos de posse da Câmara de Vereadores, do Prefeito e do Vice-prefeito. (…)
Texto original publicado na Gazeta do Sul de 9 de junho de 1959
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