O técnico Fernando Diniz assumiu a responsabilidade pela derrota da Seleção Brasileira por 2 a 0 diante do Uruguai em Montevideo pela quarta rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo 2026. Para ele, a ausência de Neymar no segundo tempo não foi o motivo pelo revés.
“A gente tem uma certa tendência a fazer análises mais simples para problemas mais complexos. Se você tivesse razão, com o Neymar teria tido muita profundidade e chances criadas, mas não foi o que aconteceu. No segundo tempo a gente foi até levemente melhor do que no primeiro tempo. O time como um todo não foi bem na parte da criação. Faltou articulação não por causa de um jogador ou outro, faltou articulação porque o time não soube construir. Nesse sentido, o principal responsável sou eu. Não é porque faltou o Neymar. A gente nem conseguiu finalizar no primeiro tempo. O time do Uruguai também pouco criou, foi um jogo muito amarrado. Tomamos dois gols de falhas que a gente não pode cometer, dois gols de arremesso lateral. Não foi um bom jogo do Brasil e o responsável maior sou eu mesmo”, avaliou.
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“De fato a gente tem a melhor matéria-prima à disposição. Não é que as ideias não aconteceram, a gente não teve a agressividade necessária no primeiro tempo. O Uruguai marca num bloco médio alto e tirou nossa posse. A gente até teve posse, controle do jogo, que era uma coisa importante, mas sem ter profundidade. Faltou arriscar mais, ser agressivo, incisivo, principalmente na primeira parte da construção, com os zagueiros para empurrar o time do Uruguai para trás. A gente teria tido mais sucesso. A marcação foi boa, em linha alta ou média, não oferecemos quase nada ao Uruguai. Tínhamos que ser mais agressivos no primeiro tempo, ter mais contundência, jogo longo. Essa sensibilidade a gente adquire com o tempo e o trabalho, dentro das características dos jogos. Não acho que as ideias não estão sendo implementadas, elas vão crescendo com o tempo. São momentos importantes para aprender e melhorar, para na próxima ocasião ter um time mais acertado”, prosseguiu.
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“Se fosse para fazer algo desse tipo, nem teria aceitado o cargo. Eles treinaram muito melhor do que conseguiram jogar hoje. Quando acontece o que aconteceu hoje, com uma falha muito grave na criação, o principal responsável é o treinador. Não é ficar culpando A ou B, que faltou articulação. Faltou fazer o que a gente treinou, ter mais agressividade para fazer um jogo melhor do que foi feito”, complementou.
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Para o capitão Casemiro, o início de trabalho de Fernando Diniz não pode servir de desculpas para justificar a má fase. “Claro que a curto prazo temos que ser realistas e falar que precisamos melhorar. Por mais que falemos que é a adaptação (ao trabalho de Diniz), tem a qualidade dos jogadores, que praticamente são os mesmos. O momento não é bom. Temos que tentar crescer, implementar o estilo de jogo o quanto antes, que é importante para nós. Com isso, consequentemente vamos jogar melhor”, analisou.
Galvão Bueno detona a Seleção Brasileira
O narrador Galvão Bueno foi bastante crítico em relação à atuação da Seleção Brasileira e às decisões de Fernando Diniz. Para Galvão, o técnico demorou a mudar a equipe e quando o fez, mexeu mal.
“Vamos para o jogo e eu queria usar duas frases muito fortes! Primeiro: não temos um time na seleção brasileira! Temos um monte de jogadores, alguns com nome, outros menos nome, com mais ou menos experiência, mas meio perdidos dentro de um esquema que ainda não assimilaram. Diniz, você precisa colocar a cabeça para funcionar urgentemente! Mas de forma correta! Pois o Diniz foi tão ruim quanto os jogadores que jogaram de forma pior! Pois quando o Neymar se machucou ele botou mais um centroavante, o Pombo”, comentou.
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Galvão enfatizou a baixa qualidade demonstrada pela equipe, derrotada pelo Uruguai pela primeira vez em 22 anos. “Estou há 50 anos acompanhando a seleção brasileira! 13 Copas do Mundo, mais de 50 jogos seguidos de seleção em Copas do Mundo! E eu nunca vi um time tão ruim vestir a camisa pentacampeã do mundo! Nunca vi um time tão ruim como esse”, disparou. Os próximos jogos da Seleção Brasileira serão em novembro, contra Colômbia e Argentina.
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