Vai começar a maratona (da folga). Depois da Páscoa, Tiradentes e Dia do Trabalho são os próximos feriados prolongados que, para a sorte de quem deseja viajar ou descansar um pouco mais, cairão numa sequência de duas semanas seguidas. Mas não para por aí. Depois de 1° de maio, o calendário ainda prevê mais cinco datas com a possibilidade de esticar o descanso para três ou até quatro dias consecutivos. Boas para alguns setores e um prejuízo para outros, as datas dividem opiniões quando o assunto é faturamento. O turismo comemora, pois com o recesso esticado, maior é a possibilidade de aquisição de pacotes de viagens. Já o comércio enxerga o chamado “ano dos feriadões” com mais resistência, muito em razão da quebra no ritmo de vendas.
No ramo há 20 anos, o proprietário da loja Casarão Verde, Lauro Mainardi Júnior, afirma que o acúmulo de feriados pode prejudicar o setor, principalmente porque 2017 se apresenta com potencial de retomada após a crise. “O comerciante pensa como um dia a menos no mês para fazer suas mercadorias girarem. O grande problema é que o feriado vem, mas as despesas continuam.” Outra questão levantada por Mainardi diz respeito à menor circulação de pessoas. “Se o feriado cai numa terça, por exemplo, na segunda é comum registrarmos redução no movimento. O mesmo acontece com o sábado”, complementa.
Quem também sente os reflexos dos feriadões são os vendedores comissionados. Conforme o diretor-presidente da Agro-Comercial Afubra, Romeu Schneider, boa parte do comércio oferece comissão, além do salário fixo. “Com menos dias de trabalho, menor será o valor recebido por eles no fim do mês. Dificilmente se recupera isso”, lamenta. De todos os meses que apresentam feriados em 2017, o que mais poderá registrar prejuízos para o setor é abril. “O problema é que dois feriados vão cair na sexta e esse é o melhor dia em termos de movimento para o comércio. Isso representa muito na questão do faturamento”, diz Schneider.
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A boa notícia é que a recuperação parece que veio para ficar. O diretor-presidente da Agro-Comercial Afubra, Romeu Schneider e o proprietário da Casarão Verde, Lauro Mainardi Júnior compartilham a opinião de que a clientela está mais confiante na hora de comprar. “Já percebo boas demonstrações em termos de movimento e também um estímulo maior ao consumo. As pessoas pararam de falar na crise”, acredita Mainardi.
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AUMENTO DE 15%
Se de um lado o calendário de feriados assombra o faturamento mensal, de outro promete um ano de negócios promissores. Em Santa Cruz, as agências de turismo vivem boas perspectivas e devem colaborar para a projeção feita pelo Ministério do Turismo em janeiro. O estudo aponta que as viagens nos fins de semana prolongados por feriados deverão injetar R$ 21 bilhões na economia do Brasil até o fim do ano. Na Matte Viagens, por exemplo, houve aumento de 10% a 15% na procura por pacotes em relação ao mesmo período de 2016. Segundo o proprietário Reinaldo Matte, só para os próximos dois feriadões já estão programadas uma excursão rodoviária a Montevidéu e pacotes aéreos a Foz do Iguaçu.
Na agência Premier, as projeções também são muito positivas. Segundo a proprietária Natália Luisa Kraether, muitas pessoas aproveitam os feriadões para viajar a lugares mais próximos, como a serra gaúcha. Buenos Aires, Montevidéu e Rio de Janeiro também estão entre os destinos procurados. “Além do calendário, o cenário está mais favorável para o setor muito em razão da queda do dólar”, acrescenta. Enquanto em abril do ano passado a conversão da moeda norte-americana beirava os R$ 4,00, hoje se aproxima dos R$ 3,25. Com a intenção de aproveitar o bom momento, Natália afirma que a agência tem investido na divulgação dos pacotes e promoções via redes sociais.
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