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Fenômeno La Niña traz o frio mais cedo neste ano

O outono começou no último domingo, 20, com a manutenção do fenômeno La Niña no Oceano Pacífico. Com isso, aumenta a possibilidade de episódios de frio intenso mais cedo. A MetSul Meteorologia espera um outono com predomínio de dias agradáveis, com temperatura perto das médias históricas na maior parte da estação. Os dias de frio intenso tendem a ser mais pontuais.

Outra marca deste outono será a grande diferença de temperatura da noite para o dia, sob condições de céu limpo e ar seco. A partir de maio, tornam-se mais comuns os dias de forte cerração. “No outono, frentes frias avançam e as marcas nos termômetros, que podem estar acima de 30 graus, imediatamente antes da chegada da frente podem cair para valores abaixo de 10 graus em poucas horas”, diz a meteorologista Estael Sias.

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Também há mudança no regime de chuvas. Enquanto no verão as precipitações se originam mais de nuvens carregadas formadas pelo calor e pela umidade alta, as causas principais no outono são a passagem de frentes frias e a atuação de centros de baixa pressão, tornando a chuva mais generalizada. Em junho, frentes quentes podem ocasionar temporais e granizo.

De acordo com a MetSul, a expectativa é de que o outono deste ano seja marcado por precipitações abaixo da média, na maior parte da estação. Isso fará com que o déficit hídrico acumulado nos últimos meses não se recupere e possa até se agravar. Contudo, podem ocorrer episódios pontuais de chuva volumosa e excessiva, ainda que em curto período.

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Na projeção do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para a Região Sul indica que as chuvas serão abaixo da média na maior parte dos três estados, em decorrência do La Niña. Entretanto, pode haver entrada de frentes frias que provoquem chuvas, especialmente na porção leste da região. O Inmet informou que a temperatura do ar na Região Sul deverá ficar próxima e acima da climatologia do período, mas não se descarta a possibilidade de geadas, principalmente em áreas serranas, à medida que se aproxima o inverno.

Entenda como o equinócio marca transição entre as estações

A chegada do outono está ligada a um fenômeno astronômico chamado de equinócio. Ele marca o momento exato em que o Sol se posiciona de forma perpendicular à Linha do Equador, distribuindo a luminosidade de maneira mais ou menos uniforme entre os hemisférios Sul e Norte, o que ocorreu no domingo. A partir desse momento, pelo movimento de translação da Terra em relação ao Sol, um dos hemisférios começa a receber mais luminosidade do que o outro. Isso se dá porque a Terra tem uma ligeira inclinação em relação ao próprio eixo. Conforme ela se movimenta ao redor do Sol, a incidência dos raios solares vai se invertendo entre as partes Norte e Sul do planeta. Por isso, quando o outono começa no Hemisfério Sul, numa transição para o inverno, a primavera começa no Hemisfério Norte, em uma transição ao verão.

Perspectiva de cenário positivo na agricultura

Expectativa é de boa produtividade nas lavouras de milho | Foto: Lula Helfer

O extensionista rural agropecuário Josemar Parise, da Emater/RS-Ascar, aponta que o volume de chuvas melhorou, mas com distribuição irregular na região. Para o enchimento de grãos, a chuva foi importante. As pastagens de verão, como milheto, tifton, jiggs, capim sudão e capim elefante, tiveram um bom rebrote. Alguns produtores já aproveitam para semear aveia e azevém, para ter pastagem mais cedo.

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Parise salienta que as áreas para cultivos de inverno no Vale do Rio Pardo cresceram diante da expectativa positiva. Apesar do frio mais cedo do que o normal, perdas no milho não devem ser registradas. A produtividade deve ser boa, com enchimento de grãos em abril e maturação no início de maio, quando as chuvas não devem ser excessivas, o que é positivo para a colheita.

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Contudo, para recuperação de aguadas, as chuvas precisam ser frequentes e com volumes acima de 50 milímetros. Segundo o técnico em agropecuária Vilson Pitton, da Emater/RS-Ascar, as últimas precipitações seguiram abaixo do necessário para tanto. Um ponto positivo é a menor evaporação, com a queda na temperatura. Entretanto, a umidade excessiva é prejudicial para as colheitas da soja e do arroz, iniciadas neste mês.

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Para as pastagens, a semeadura de aveia e azevém deve começar no início de abril. Os produtores devem observar a umidade do solo para uma melhor germinação. A plantação de trigo também terá início. Ainda em abril, alguns produtores devem colher milho plantado mais tarde ou replantado após perdas em razão da estiagem.

Dicas para os produtores

  • Investir em material genético melhorado, como azevéns tetraploides (que proporcionam mais produção e maior tempo de utilização) e aveias preta e branca melhoradas.
  • Utilizar a densidade de semeadura recomendada (quantidade de semente por área).
  • Fazer um bom preparo de solo, que compreenda descompactação, se necessário.
  • Semear em área limpa.
  • Fazer adubação de base (na implantação) e de cobertura (nitrogenada), conforme indicada pela análise de solo. O potencial de produção da pastagem está muito relacionado à adubação.

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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