Diante do arrefecimento da pandemia e das recentes flexibilizações dos protocolos para a organização de eventos, a Feira Nacional do Arroz (Fenarroz) voltou a ser realizada e chega à sua 21ª edição em Cachoeira do Sul, a Capital Nacional do Arroz. Mesmo com a mudança nas regras, ainda existe uma série de protocolos a serem cumpridos pela organização, expositores e visitantes, a exemplo do que também ocorre na Oktoberfest.
Em função da capacidade de frequentadores, limitada a 2,5 mil entre visitantes e trabalhadores dentro do parque, algumas atividades ocorrem em formato híbrido – parte presencial e parte virtual. “Estamos nos adequando ao momento. Organizamos ela fazendo o possível dentro dos protocolos de segurança sanitária. É uma feira importante para a cadeira produtiva do arroz em todo o nosso Estado”, afirma o presidente da Fenarroz, Francisco de Paula Vargas Júnior.
LEIA TAMBÉM: Colheita do arroz chega a 28% na região, segundo o Irga
Publicidade
Ao avaliar o desempenho dos primeiros dois dias do evento, Vargas afirma que a movimentação no feriado de 12 de outubro foi considerada satisfatória. Já nessa quarta-feira, 13, em razão da programação mais técnica, o número reduzido de visitantes era esperado. Há, ainda, a questão de a feira ocorrer paralelamente a outros eventos importantes, como a própria Oktoberfest.
Outro ponto destacado é o calendário. Normalmente a Fenarroz ocorre entre maio e junho, ao final da safra do arroz, data que não foi possível neste ano em função das restrições. Para o futuro, no entanto, a intenção dos organizadores é voltar a realizar a feira nesse período pós-safra, que favorece a presença dos produtores e entidades ligadas ao setor, bem como as vendas dos expositores. A Fenarroz segue até o próximo domingo, 17.
LEIA TAMBÉM: Anuário Brasileiro do Arroz 2021 será distribuído nos próximos dias
Publicidade
Situação atual da cultura e projeção de futuro
Uma das palestras técnicas realizadas ao longo do dia foi ministrada pelo diretor comercial do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), João Batista Camargo Gomes. Ele destacou o bom momento da cultura orizícola no cenário nacional, mas também mostrou-se preocupado com os desafios enfrentados pelos agricultores, especialmente com a disparada no preço dos insumos, que afeta diretamente o custo de produção.
Gomes fez questão de destacar que também é produtor rural e, por isso, entende a situação enfrentada e as queixas dos arrozeiros. Para tentar driblar o problema, muitos produtores optaram por adquirir insumos em março e abril deste ano, antes mesmo de finalizar a colheita anterior, para garantir preços e condições melhores. Aos que não fizeram isso, fica o alerta. “O produtor que deixou para se mexer só agora precisa olhar para a frente e ver se ainda é viável”, disse. Outra estratégia apontada por Gomes para obter mais lucros e evitar prejuízos é aumentar o rendimento por saca.
LEIA TAMBÉM: Vale Verde vai colher safra recorde de arroz e soja
“Não podemos interferir no preço do produto e no câmbio, mas podemos empregar novas práticas e processos para aumentar a produtividade da lavoura”, salientou. Para alcançar esse objetivo, é importante estar atento à época correta do plantio. “Na época do meu pai, falava-se que arroz só se planta após o Dia de Finados (2 de novembro), hoje isso está superado”, ressalta. O plantio atualmente ocorre entre final de agosto e início de setembro.
Publicidade
Também é uma estratégia a rotação da cultura do arroz com a da soja, cuja área plantada deve ter aumento de quase 15%. Já a área do arroz, conforme a pesquisa de intenção feita pelo Irga, deve ficar em 957 mil hectares, redução de 1,21% na comparação com a anterior, que era de 969 mil. “Pode ser menos ou pode ser mais, mas a atual conjuntura não nos leva a acreditar que esse número vá aumentar.”
LEIA TAMBÉM: Colheita do arroz no RS inicia com boas expectativas
Multifeira recebe os comerciantes
Além dos expositores tradicionais de máquinas agrícolas, implementos, concessionárias de veículos, entre outros, a Fenarroz também conta com um pavilhão destinado ao comércio de diferentes produtos. No primeiro piso, é possível encontrar lojas de vestuário e calçados, artesanato e decoração. Há também o ambulatório, onde pessoas com sintomas de Covid-19 podem ser atendidas e receber a vacina contra a doença.
Publicidade
No segundo pavimento está o espaço das agroindústrias, com lojistas de diversas regiões do Rio Grande do Sul. Um deles é Rogério Negrello, que saiu do município de Barão, na Serra, para expor doces, geleias e frutas cristalizadas na feira pela quarta vez. “O povo aqui é muito bom, consome bastante e sabe reconhecer quando encontra um bom produto”, afirma. Ao avaliar o movimento até agora, Negrello diz que as vendas estão dentro do previsto, mas espera melhora para os próximos dias, especialmente no final de semana.
LEIA TAMBÉM: Com maior valorização, arroz retoma área plantada na região
LEIA TAMBÉM: Abertura oficial da Colheita do Arroz terá transmissão pela internet
Publicidade