Regional

Fenarroz chega à 23ª edição com inovação, tecnologia e agronegócio

Começou nessa terça, 6, em Cachoeira do Sul, a 23ª Feira Nacional do Arroz (Fenarroz), o maior evento orizícola da América Latina. Além do evidente foco no cultivo, com diversos seminários, palestras e difusão de informações técnicas por parte do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a proposta é de ser uma multifeira, com ênfase em tecnologia e inovação para o agronegócio de maneira geral. A abertura oficial será realizada na quinta-feira, 8, no Parque de Exposições Ivan Tavares, e o encerramento ocorrerá no domingo.

De acordo com o presidente da Comissão Executiva, Francisco de Paula Vargas Júnior, a Fenarroz chega à 23ª edição renovada e conseguindo manter a periodicidade anual. “Antigamente era realizada a cada quatro anos, depois passou a ser bianual e agora estamos tendo sucesso em fazer pelo terceiro ano consecutivo.” Ele comemora também o êxito comercial, visto que quase todos os espaços disponíveis para expositores estão ocupados. Ao longo da terça-feira, muitos dos estandes ainda estavam em processo de montagem e organização para receber os visitantes.

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Para Vargas, o crescimento do evento está diretamente relacionado com o crescimento do agronegócio em nível estadual, nacional e mundial. “Os expositores vêm para demonstrar seus produtos e os visitantes para conhecer as novas tecnologias e o que há de mais moderno no setor. Os negócios realizados são a junção de tudo o que acontece aqui dentro”, observa. Na edição anterior, em 2022, o parque recebeu 32 mil pessoas e foram movimentados mais de R$ 530 milhões.

A programação técnica, de responsabilidade do Irga, busca aproximar os produtores de arroz das tendências e melhorar a comunicação entre o setor e a sociedade. “Esses momentos são fundamentais. É neles que vamos divulgar os resultados da safra e ter esse contato com os agricultores, para tirar dúvidas e mostrar os novos rumos das nossas lavouras”, diz Mara Grohs, doutora em Engenharia Agronômica e pesquisadora do Irga. Ela ressalta que a atividade agrícola moderna exige que os produtores tenham amplo conhecimento técnico e trabalhem com projeções e metas para alcançar o sucesso.

Pesquisadora do Irga tirou dúvidas e apresentou informações técnicas aos produtores

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Já o coordenador do Irga na Região Central, Pedro Hamann, foi responsável por apresentar os números do último ciclo e as perspectivas para o próximo. Segundo ele, a tendência em todo o Estado é de redução nas áreas cultivadas com arroz para dar lugar à soja na rotação. “Aqui na Região Central tivemos queda de 12% nas áreas de arroz e aumento de 35% na soja em rotação”, explica.

Apesar de menos lavouras, a expectativa é de produtividade maior, tendo em vista a opção dos orizicultores por áreas mais produtivas aliadas ao preparo antecipado e melhorias dos manejos de solo. “A tendência é de alta. Aqui em Cachoeira do Sul, na última safra, tivemos 8,3 mil quilos por hectare já nesse cenário de rotação, que agora. além da soja. também contempla o milho como alternativa.”

Além de tudo isso, a atenção ao clima é uma constante depois de três anos consecutivos com La Niña, fenômeno que reduz a frequência e volume de chuvas. Agora, a preocupação é o El Niño, que costuma favorecer e aumentar as precipitações e também pode trazer problemas.

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Impacto

O secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Ernani Polo, esteve na 23ª Fenarroz representando o governador Eduardo Leite. Ele destacou a importância do evento não apenas como uma feira que deixou de tratar somente do arroz e passou a englobar diversos aspectos do agronegócio, mas também para o desenvolvimento de Cachoeira do Sul e região. Além de visitar o parque e conversar com a Comissão Executiva, ele palestrou ao meio-dia, em evento promovido pela Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Cachoeira do Sul (Cacisc).

“O agro é uma das principais atividades econômicas do Rio Grande do Sul e existem diversos segmentos da indústria metalmecânica ligados a ele”, disse Polo, ao lembrar o momento de desconfiança vivido pelo agronegócio em função da queda nos preços das commodities e a troca de governo. “Isso consequentemente traz um sinal de alerta, porque temos custos de produção que não costumam cair junto com os preços dos produtos. Nós da secretaria estamos acompanhando isso”, completou.

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Tratou ainda sobre as vocações de cada região do Estado para determinadas atividades e as áreas que o Piratini adotou como prioridade para alcançar o desenvolvimento. “É um trabalho focado em energias renováveis, hoje nós temos uma condição muito favorável para a energia hídrica, solar e eólica, bem como para a biomassa e o hidrogênio verde.” Polo entende que as perspectivas são boas, mesmo em um momento de apreensão entre os empreendedores, e cita a retomada da capacidade de investimento do Estado como fundamental para atingir os objetivos.

Agricultura familiar apresenta sabores diversos

No pavilhão de exposições da Fenarroz, o primeiro piso é destinado para empreendimentos diversos, enquanto o segundo andar é exclusivo para a agricultura familiar, artesanato e folhagens. Já veterano na feira, o expositor Sérgio Jung se deslocou de Caibaté, na Região das Missões, para apresentar cachaças e licores artesanais aos consumidores de Cachoeira do Sul. Segundo ele, a viagem de cerca de 500 quilômetros compensa não somente no retorno financeiro, mas também na inserção da marca Seiva Missioneira em novos mercados.

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“Além dos clientes que atendemos aqui, as lojas que vendem nossos produtos também recebem um aporte extra para continuar”, observa. Entre os diversos tipos e sabores disponíveis, ele diz que o licor de butiá é sem dúvida o maior sucesso entre os consumidores. Desde o início das atividades, há 20 anos, é o mais fabricado e vendido. O estande dispõe ainda de artesanatos temáticos dentro do universo das bebidas, como suportes para copos e garrafas, barris de madeira para armazenamento e outros.

Sérgio saiu de Caibaté para expor suas cachaças e garante que a Fenarroz vale a pena

Acrescenta a boa expectativa quanto à comercialização e o público cachoeirense, que costuma visitar a feira em maior número durante o fim de semana. Ainda no pavilhão, é possível encontrar laticínios e embutidos, mel, pães, cucas, biscoitos, bolachas, sucos naturais e muitos outros produtos da agricultura familiar de todo o Rio Grande do Sul.

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Guilherme Andriolo

Nascido em 2005 em Santa Cruz do Sul, ingressou como estagiário no Portal Gaz logo no primeiro semestre de faculdade e desde então auxilia na produção de conteúdos multimídia.

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Guilherme Andriolo

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