Parece que o sexo virou acessório obrigatório nas minisséries de início de ano da Globo. É claro que esse tipo de apelo sempre rende boas tramas e dá muito “pano para a manga”. Por isso, nos primeiros capítulos de Felizes Para Sempre? (de segunda a sexta, às 23 horas), ficou claro que as relações conjugais dão o tom. Conflitos familiares, relacionamentos desgastados e um crime misterioso ainda recheiam a série.
Baseada na trama de Euclydes Marinho, Quem Ama Não Mata, exibida em 1982, e adaptada pelo próprio autor, a produção era a oportunidade ideal para tratar de situações cotidianas sem clichês e “firulas”. No entanto, a promessa de cenas quentes ganhou um banho de água fria antes mesmo da estreia. Felizes Para Sempre? sofreu cortes a pedido da própria emissora, e algumas cenas chegaram a ser regravadas.
Com dez capítulos, a produção dirigida por Fernando Meirelles conta a história de cinco casais, suas crises e desencontros. Com uma fotografia digna dos premiados filmes de um dos sócios da produtora O2, como O Jardineiro Fiel e Ensaio Sobre a Cegueira, a série ainda conta com o preciso texto de Euclydes Marinho. A partir de uma escrita ágil, moderna e naturalista, os diálogos são fluidos e surpreendem pela boa interação com os gadgets eletrônicos.
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A opção de mudar o local da série também foi uma decisão acertada da equipe. Na primeira versão, a história se passava em Niterói, no Rio de Janeiro. Agora a trama é retratada em Brasília, que geralmente só recebe histórias políticas ou do movimento musical do início dos anos 1980.
Na escolha de elenco, Felizes Para Sempre? pulou na frente por sair do óbvio e fugir dos rótulos impostos pela tevê. Maria Fernanda Cândido e Enrique Diaz, intérpretes de Marília e Cláudio, figuras bissextas na teledramaturgia, fazem uma boa dupla em cena. Mais “badalados”, Adriana Esteves e João Miguel também estão em papéis naturalistas. Paolla Oliveira tem nas mãos a chance de ser uma grande surpresa: positiva ou negativa. Na pele da garota de programa Danny Bond, a atriz pode se livrar de vez do estigma de mocinhas sofridas.
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