1- Esta afogueada época do ano, que nos traz o shortinho, o picolé de limão, guaranis e uma incontrolável vontade de pernoitar no freezer, vem também coberta por um manto de pura nostalgia e bons sentimentos. Pelo menos, até você ter que sair para fazer as famosas “comprinhas de Natal”.
Rapaz, eu não entendo uma coisa: se há crise, por que a gente não consegue abandonar pelo menos uma vez na vida este desesperado hábito de dar presentes? Pense, por exemplo, em presentes alternativos da linha faça-você-mesmo e dê para o seu amigo secreto algo absolutamente personalizado.
Na família, tirei, no papelzinho, a minha velha Tia Willyna. A Tia Willyna gosta de leques. Como eu, odeia o verão. Peguei, então, uma velha caixa de sapatos, tirei o fundo a socos (e alguns pontapés!) e, com uma faca de cortar pão, recortei o papelão em formato de… leque!
Não é genial?
Os sapatos vão ficar fora da caixa, mas minha velha Tia Willyna vai ficar feliz da vida e toda fresca com seu incrível leque novo. Até criei uns efeitos com geleia de uva, chicletes e umas tintas guaches Acrilex que eu tinha dentro de uma outra caixa de sapatos. E tal. Ficou da hora!
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Somos todos muito criativos. Essa é uma das principais características do povo brasileiro. Não é possível que um povo que vive de um mixuruca salário parcelado e faz um carnaval como o nosso não saiba fazer um simples presentinho para dar de Natal.
E a tal da criatividade ficou bastante explícita esta semana na festinha de fim de ano aqui da Gazeta, a primeira da recém criada Redação Integrada. Dos discursos aos presentes, jornalista, quando quer, é um gênio da originalidade. E da cara-de-pau! E ninguém saiu magoado!
Criativo, também, para descobrir onde encontrar mais cerveja gelada na cidade, depois do primeiro canto do galo. E igualmente criativo ao chegar em casa e sorrateiramente se acomodar sob o lençol, sem acordar a patroa…
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De fato, foi o melhor momento desta nova Redação Integrada, que até nas iniciais é sugestiva: RI! Eu ri como há muito tempo não ria, nos discursos acalorados, dando pistas ao amigo-secreto, e percebi que essa tal da integração já existia, pelo menos na vontade de cada um de nós.
Pois quando se trabalha com responsabilidade, carinho e dedicação, em todas as plataformas de um grupo de comunicação sério, levando informação, lazer e conhecimento para todo um mundo, há sim uma profunda e sincera integração. Inclusive com você, amado leitor, que é, de fato, a nossa real razão de existir.
Feliz Natal!
2- Estes dias, perambulando pelo centro depois de minha costumeira ida até a Iluminura para dar um tapa nos livros, e tal, ouvi uma frase de um piá que me acordou os neurônios:
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– Mãe! Mãe! Olha só que Papai Noel bem feio! Cruzes! Não me contive. Deixei a duplinha passar, dei três passos para trás e mirei no bom velhinho.
Era a famosa representação aquela: gordinho, de barba, sorridente, e tal. Os veadinhos em volta… Mas com uma diferença, bem significativa, até: no lugar do tradicional e glorioso manto vermelho e branco, Noel trajava uma desbotada roupinha tricolor, azul, preta e branca. Até o saco era AZUL!
Não me contive. E como o guri aquele, eu também gritei: – Mãe! Mãe! Olha só que Papai Noel bem feio! CRUZES!
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