Os gateiros e gateiras comemoram neste domingo, 17, o Dia Mundial do Gato. Hoje, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o Brasil tem a segunda maior população de pets no mundo, com 22 milhões de felinos e 52 milhões de cães. No entanto, em dez anos, a tendência é de que a população de gatos predomine, principalmente em função do estilo de vida das pessoas. “Os brasileiros estão optando por um companheiro de estimação mais independente, de fácil adaptação ao ambiente e à rotina das pessoas”, explica a médicaveterinária Juliana Pagel da Silva Saueressig.
Além disso, destaca que são higiênicos, pois aprendem a usar a caixa de areia muito rápido, e que apesar da fama de antissociais, são muito companheiros das famílias. Com cinco felinos e três cães em casa, a especialista em clínica e cirurgia de pequenos animais ressalta que cada um tem sua personalidade, seu jeito de conquistar e amar. “Tenho um gato, o Jürgen, que tem quase 19 anos. É meu companheiro, esteve comigo desde o cursinho prévestibular, fez faculdade comigo e hoje ainda está ao meu lado”, conta. Para Juliana, os bichanos oferecem amor incondicional e ajudam a combater o estresse e até mesmo a depressão.
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Apesar de tudo isso, a veterinária lamenta que ainda haja muito preconceito e informações erradas sobre os gatos, principalmente em relação à toxoplasmose. “Essa doença não é transmitida pelo simples contato com o felino, mas pelo contato com as fezes do gato, além da ingestão de carne, água e leite contaminados”, esclarece. Com simples cuidados, é possível manter o felino saudável e evitar a contaminação pela doença. “Mantenha o seu gato dentro de casa e alimente-o com comida de gato seca ou enlatada, não carne crua, que pode estar infectada com o parasita.” Também é fundamental manter a caixa de areia sempre limpa.
Os advogados Ana Paula Rech Wollmann e Pablo Wollmann são apaixonados pelos felinos desde crianças. Na vida de casados, todo esse carinho é compartilhado com as gatinhas de estimação Emy, de 7 anos, e Tequila, de 6, adotadas ainda filhotes. E logo logo a família estará ainda mais completa. A pequena Olivia está prevista para nascer no início de junho, mas desde o ventre da mamãe suas irmãs de quatro patas já sentem sua presença. Aliás, descobriram a gravidez antes do teste positivo. “Elas começaram a me seguir pela casa, me cheirando, vindo no meu colo e deitando nas minhas roupas”, conta Ana.
Somente depois o casal descobriu que esse é um comportamento normal, pois os animais sentem a diferença na temperatura corporal da mulher, que aumenta muito em função dos hormônios da gravidez, assim como o cheiro, que para os humanos passa despercebido. Até mesmo na fase de enjoos as gatinhas estiveram presentes, sempre vigiando e seguindo sua tutora. “Isso só mostra o quanto elas já sentem e entendem o quão importante a Olivia é nas nossas vidas. É lindo quando elas se aproximam, deitam perto da barriga fazendo ‘rom rom’ e a bebê começa a chutar, como se quisesse retribuir o carinho e cuidado que já sente que elas dão.”
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Ana Paula lamenta que muitas pessoas, por não se informarem sobre a transmissão da toxoplasmose, acabem se afastando dos seus gatos nesse momento tão especial. “Nosso conselho é que pesquise, fale com seu médico, com o veterinário de seus gatos. Animais são parte da família e merecem viver esse momento de perto”, diz. Para a advogada, após o nascimento do bebê o convívio com os gatos é fundamental para estabelecer laços de amor e carinho, assim como para a imunidade, como muitos estudos já comprovam. “Desejamos que a Olivia cresça amando e respeitando todos os animais, especialmente a Emy e a Tequi. Que seja uma relação de amizade e proteção desde cedo, sem preconceitos.”
A ONG Salve um Gatinho atua no resgate, amparo e adoção de felinos em Santa Cruz do Sul. Desde sua criação, há mais de três anos, as voluntárias já resgataram 306 gatos das ruas. Somente em 2018, 83 gatinhos foram contemplados com novos lares. Para a voluntária Candice Meinhardt Duarte Silveira, os gatos vêm ganhando a briga contra o preconceito. “Notamos que várias pessoas que nunca tiveram um gatinho antes estão se interessando na adoção. Muitas vezes gostam tanto que nos procuram para adotar o segundo felino”, conta.
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Hoje, a entidade está com dez gatos abrigados, dos quais um é especial – tem dificuldades motoras nas patas traseiras e está passando por exames e avaliação veterinária – e uma gatinha é portadora de leucemia lelina (Felv). “O número de pessoas interessadas em adotar tem aumentado nos últimos meses, com leve declínio na época de férias de verão. Entretanto, este ano não sentimos tanto a queda das adoções, que voltaram a acontecer, mesmo que em menor número, na metade do mês de janeiro.” Quem quiser adotar um gatinho pode entrar em contato pela página no Facebook Salve Um Gatinho Santa Cruz do Sul, ou pelo email salve1gatinho@gmail.com.
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